Barroso diz que pesquisas de opinião pública não podem medir a importância do STF porque não são confiáveis
Magistrado participou de evento na Câmara dos Deputados nesta quinta (26)
Foto: Fábio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil
O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Luís Roberto Barroso, afirmou que as decisões da Corte vão desagradar uma parte da população e que isso é inevitável. A declaração aconteceu nesta quinta-feira (26), durante um seminário sobre direito constitucional na Câmara dos Deputados.
“Se você está decidindo as questões mais divisivas da sociedade brasileira, alguém sempre fica em desagrado. Se você está decidindo sobre uma questão de agricultores e comunidades indígenas, algum lado fica chateado. Ou alguma questão que envolve agronegócio e meio ambiente, algum lado vai sair chateado. E são lados que vocalizam sua insatisfação”, disse o magistrado.
Barroso destacou ainda que as pesquisas de opinião pública não podem medir a importância do STF porque não são confiáveis. Para o ministro, o Supremo tem trazido soluções para os problemas do país. “A gente está lá para desagradar mesmo e é inevitável”, pontuou.
De acordo com Barroso, o STF trata de temas polêmicos e, por isso, sempre está em evidência na mídia.
Ainda no evento desta quinta, o presidente da Corte voltou a declarar apoio ao sistema de semipresidencialismo para o Brasil, onde o presidente da República compartilha o poder com um primeiro-ministro.
“Um modelo que eu mesmo defendo como uma alternativa para o Brasil, porque me parece que tem algumas virtudes de estabilidade institucional”, explicou Barroso.
Em 2022, a Câmara aprovou um texto que previa o semipresidencialismo no Brasil, mas o texto não está mais em tramitação. Se aprovado no Congresso, o modelo terá vigência apenas em 2030.