Bolsonaro acredita que será condenado pela trama golpista e teme prisão na Papuda, diz colunista
Aliados comparam caso ao de Fernando Collor e discutem pedidos para manutenção de prisão domiciliar

Foto: Gustavo Moreno/STF
Em conversa com aliados, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) mostrou ter recebido sem surpresas os votos dos ministros Alexandre de Moraes e Flávio Dino a favor de sua condenação no julgamento da trama golpista. Para Bolsonaro, ele será inevitavelmente condenado. As informações são do blog da jornalista Andreia Sadi.
A preocupação de Bolsonaro está focada no local em que ele ficará preso e teme ser enviado a Penitenciária 1 do Distrito Federal, mais conhecida como Complexo da Papuda, por conta das suas condições de saúde.
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Em prisão domiciliar desde 4 de agosto, Bolsonaro tem sofrido com crises de soluço. Ele pediu autorização do Supremo Tribunal Federal (STF) para fazer exames médicos e, nesta semana, solicitou um novo aval para realizar um procedimento em hospital.
Bolsonaristas defendem que o ex-presidente siga em prisão domiciliar mesmo após uma eventual condenação e comparam a situação com a do também ex-presidente Fernando Collor.
Collor foi condenado a 8 anos e 10 meses por corrupção e outros crimes investigados na Lava Jato e está em prisão domiciliar por questões humanitárias devido à sua condição de saúde, conforme decisão de Moraes.
A Papuda, para onde Bolsonaro teme ir, conta com quatro unidades prisionais e capacidade para mais de 5 mil presos. Segundo o governo do DF, o local possui enfermagem para atendimento ambulatorial para tratar da saúde dos presos, médicos, enfermeiros, dentistas, psicólogos, terapeutas ocupacionais e assistentes sociais.
Bolsonaro é julgado por liderar um plano para impedir a posse de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), eleito em 2022. Além do ex-presidente, são réus:
• Alexandre Ramagem (ex-diretor da Abin), Almir Garnier (ex-comandante da Marinha);
• Anderson Torres (ex-ministro da Justiça);
• Augusto Heleno (ex-ministro do GSI);
• Mauro Cid (ex-chefe da Ajudância de Ordens, que também é delator);
• Paulo Sérgio Nogueira (ex-ministro da Defesa);
• Walter Braga Netto (ex-ministro da Casa Civil).