Bolsonaro afirma que Brasil corre risco de eventual crise alimentar
Segundo o presidente, "ninguém vai se safar" dos problemas ocasionados pela guerra entre Rússia e Ucrânia
Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil
Durante cerimônia no Palácio do Planalto, nesta quinta-feira (17), o presidente Jair Bolsonaro afirmou que o Brasil está ameaçado por uma possível crise alimentar que pode afetar o mundo todo. Segundo ele, "ninguém vai se safar", caso aconteça a instabilidade em consequência do conflito entre Ucrânia e Rússia.
“A guerra que se pode realmente começar – se começar, eu peço a Deus que não aconteça –, mas matará mais gente do que a Primeira e a Segunda guerras mundiais juntas, que é a guerra que trata simplesmente dos nossos alimentos. Segurança alimentar”, disse o chefe do Executivo.
“Nós ficamos sem gasolina, sem televisão, sem zap [WhatsApp], sem Corinthians, sem Palmeiras, um montão de coisa, mas não ficamos sem comida. Se essa guerra se aprofunda, se medidas drásticas começam a ser adotadas de um lado ou de outro, faltará o básico para nós.", seguiu, completando que “todo mundo aqui está ameaçado nessa guerra, não vai sobrar para ninguém. Ninguém vai se safar. Todos vão pagar essa conta. E nós temos que tomar decisões”.
Além disso, em transmissão ao vivo, o presidente comentou a recente autorização do Canadá de importação de carne bovina e suína do Brasil e afirmou que é "um mercado de dupla mão", que também abastecerá o mercado nacional.
"O Brasil alimenta mais de um bilhão de pessoas fora aqui da nossa divisa. Alguns falam, por exemplo, que a nossa ministra Tereza Cristina [da Agricultura] abriu mais um mercado de carne com o Canadá. É um mercado de dupla mão, vem coisa para cá também e alguns falam 'oh, tinha que proibir importação para sobrar carne mais barata aqui'. Nós exportamos 25% da carne de boi que produzimos, 75% fica aqui dentro. Se você quiser impor medidas estatais no tocante a produção e venda de alimentos, sabe o que vai acontecer? Desabastecimento", explicou.
O presidente também cita que no Brasil, mesmo com o poder de compra reduzido pela população, a economia "se comporta bem". "O Brasil, apesar dos problemas gravíssimos, pandemia, tivemos crise de falta de água, essa guerra agora, estamos nos comportando bem", concluiu.