Bolsonaro diz que trocava de celular a cada seis meses por segurança
Polícia Federal apreendeu o telefone do ex-presidente no âmbito da operação que apura fraudes
Foto: Carolina Antunes/PR
O ex-presidente Jair Bolsonaro disse que trocava com frequência o seu telefone – incluindo o aparelho e o número – por questões de segurança. Em entrevista a VEJA, ele afirmou que a mudança costumava acontecer a cada seis meses.
A Polícia Federal apreendeu, no início de maio, o telefone do ex-presidente no âmbito da operação que apura fraudes em certificados de vacinação. Porém, a constante troca de aparelho dificulta o acesso a informações relativas ao período em que ele ocupava o Palácio do Planalto.
Para o ex-presidente, quebrar o sigilo telefônico de um ex-presidente da República é algo muito delicado.
“Algumas coisas que eu tratei com o [Vladimir] Putin [presidente da Rússia] em fevereiro do ano passado foram pelo meu telefone. Também falei com embaixadores, etc. Eu não quero que fique registrado, não quero que façam história em cima disso”, disse Bolsonaro.
“Trocava a cada seis meses – aparelho, número, tudo, porque se fosse perdido, extraviado, ninguém ia pegar. Eram segredos de Estado, assuntos sensíveis. Vocês acham que o clima não subia com setores da sociedade, da indústria, do agronegócio? Para que saber a conversa que eu tive com tal governador em determinado dia? Não interessa isso, eu tenho discrição”, acrescentou o ex-presidente.