Braga Netto solicita ao STF que os interrogatórios não sejam transmitidos em tempo real
A defesa do general alega que a transmissão ao vivo promove a "espetacularização" do interrogatório

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
A defesa do general Walter Braga Netto solicitou, nesta sexta-feira (6), ao Supremo Tribunal Federal (STF) que os interrogatórios dele e de outros réus não sejam transmitidos ao vivo pela TV Justiça. A defesa de Braga Netto defende que a transmissão promove a "espetacularização" e a "superexposição" dos interrogatórios podem influenciar a opinião pública de modo negativo.
Os advogados de defesa do general ainda argumentam que os réus serão alvo de "escrutínio público, em tempo real" e que a decisão viola o direito da privacidade e intimidade.
Saiba mais sobre os interrogatórios da trama golpista
O Supremo Tribunal Federal (STF) inicia, na próxima segunda-feira (9), os interrogatórios dos réus acusados de envolvimento em uma trama golpista para manter Jair Bolsonaro no poder após as eleições de 2022. As audiências serão conduzidas pelo ministro Alexandre de Moraes e devem se estender até sexta-feira (13).
O primeiro a ser ouvido será o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens da Presidência e delator no caso. Cid prestará depoimento presencialmente, com informações que embasaram investigações conduzidas pela Polícia Federal (PF) e pela Procuradoria-Geral da República (PGR).
Entre os elementos reunidos estão falas dos ex-comandantes do Exército e da Aeronáutica, que confirmaram que Bolsonaro discutiu a chamada “minuta golpista”.
Após Cid, os demais réus prestarão depoimento em ordem alfabética, entre eles o ex-presidente Jair Bolsonaro, que deverá falar entre terça (10) e quarta-feira (11). Também estão na lista Alexandre Ramagem, Almir Garnier, Anderson Torres, Augusto Heleno, Paulo Sérgio Nogueira e Braga Netto que será interrogado por videoconferência, pois cumpre prisão preventiva no Rio de Janeiro.
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