Brasil condena plano de assentamento israelense na Cisjordânia
Itamaraty afirma que projeto de mais de 3.400 moradias viola o direito internacional e ameaça negociações de paz

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
O Ministério das Relações Exteriores divulgou, nesta sexta-feira (15), uma nota oficial condenando a decisão do governo de Israel de retomar as obras de um assentamento na região conhecida como E1, entre Jerusalém Oriental e Jericó, na Cisjordânia. O projeto prevê mais de 3.400 unidades habitacionais e, segundo o Itamaraty, viola o direito internacional e compromete esforços de paz.
O comunicado pede que Israel evite ações unilaterais que possam representar anexação de território palestino ocupado, argumentando que tais medidas prejudicam a implementação da solução de dois Estados e a construção de um acordo duradouro na região.
O anúncio foi feito pelo ministro das Finanças de Israel, Bezalel Smotrich, que declarou que a iniciativa inviabiliza a criação de um Estado palestino. O plano prevê a construção de três mil casas em área reivindicada pelos palestinos como futura capital. O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu não comentou.
“O Brasil insta Israel a abster-se de adotar ações unilaterais equivalentes à anexação do território palestino ocupado, as quais ameaçam a viabilidade da implementação da solução de dois Estados e comprometem o alcance de uma paz sustentável na região”, acrescentou o governo Lula.
Em manifestações recentes, o governo brasileiro tem criticado a política de assentamentos de Israel e classificado as ações contra a população palestina como “carnificina”, termo que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva relaciona a “genocídio”.