Brasil foi 'mais rápido' do que EUA contra a inflação, analisa ex-diretor do BC
De janeiro a julho, índice de preços norte-americano acumulou alta de 5,31%. No Brasil, subiu 4,77% no mesmo período
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O ex-diretor do Banco Central e diretor-executivo da Mauá Capital, Luiz Fernando Figueiredo, afirmou nessa quarta-feira (10), em entrevista à CNN Brasil, que o Brasil reagiu à inflação mais rápido que os Estados Unidos e, em razão disso, obteve êxito.
De janeiro a julho, o índice de preços norte-americano acumulou alta de 5,31%. No Brasil, subiu 4,77% no mesmo período.
“Nós já estamos atacando o problema da inflação muito mais cedo e estamos muito mais avançados no processo que os economistas chamam de aperto monetário. Então, você sobe os juros em um nível bem acima da inflação que vê pela frente e, com isso, vai trazer a inflação para baixo”, disse Figueiredo.
Em 3 de agosto, o Comitê de Política Monetária (Copom) apresentou alta na taxa Selic para 13,75%, o maior patamar desde janeiro de 2017. Além disso, destacou que deve elevar o percentual para 14% na próxima reunião, marcada para 20 e 21 de setembro.
Já nos EUA, o Fed (Federal Reserve Board, o Banco Central dos Estados Unidos) subiu os juros em 0,75 ponto percentual no dia 27 de julho. O intervalo saiu de 1,5% a 1,75% ao ano para 2,25% a 2,5% anuais, maior patamar desde 2018.
A estratégia é adotada para controlar a inflação. No acumulado de 12 meses, o índice de preços dos EUA ficou em 8,5%.
Ainda segundo Figueiredo, quando os preços começaram a subir globalmente, os países avaliaram que o problema se deu por conta de um choque de oferta, mas, na verdade, houve “um problema de excesso de demanda”, na avaliação do ex-diretor do BC.
“Como se corrige o excesso de demanda? Com o aperto monetário, um aperto nas condições do país, para o país crescer um pouco menos. Tem que esfriar a economia para que as pessoas tenham um menor ímpeto de demandar produtos. Se reduzir isso você equilibra a oferta e a demanda e os preços param de subir tanto”, explicou.