Brasil mantém terceira maior taxa de juros entre países do G20, mesmo após corte anunciado pelo Copom
Selic caiu para 13,25% ao ano, mas país ainda possui juros mais altos
Foto: Marcello Casal jr/Agência Brasil
O Brasil continua a figurar como o terceiro país com a maior taxa básica de juros entre os membros do G20, mesmo após o recente corte de 0,5 ponto percentual anunciado pelo Copom (Comitê de Política Monetária). A agência de classificação de risco Austin Rating realizou um levantamento que confirmou essa posição, colocando o país atrás apenas da Argentina, que lidera com juros de 97%, e da Turquia, com uma taxa de 17,5%. O Brasil supera economias importantes como México, Rússia, África do Sul, Indonésia e Índia.
O corte anunciado levou a Selic de 13,75% para 13,25% ao ano, como parte de um movimento global de elevação das taxas de juros para conter a inflação após os impactos da pandemia de Covid-19 e da guerra entre Rússia e Ucrânia. Mantendo os juros em níveis elevados, o Banco Central do Brasil busca combater a inflação, utilizando essa importante ferramenta de política monetária. Os juros mais altos encarecem o crédito, reduzem o consumo e incentivam opções de investimento.
Apesar das medidas para conter a inflação, nos últimos meses, o índice de preços no Brasil tem apresentado desaceleração. A prévia da inflação ficou em 0,07% no mês passado, e o IPCA-15 registrou 3,19% nos últimos 12 meses, abaixo do centro da meta estabelecida pelo CMN, que é de 3,25%, com margem de tolerância de 1,5 ponto (variando de 1,75% para 4,75%).
O Copom divulgou um comunicado indicando a possibilidade de novos cortes nas próximas reuniões, com reduções esperadas para setembro (0,5 ponto), novembro (0,5) e dezembro (0,5), o que levaria a Selic a 11,75% ao ano no início de 2024. A escalada da taxa Selic teve início em março de 2021, com 12 altas consecutivas, elevando os juros básicos de 2% para 13,75% ao ano, patamar mantido desde agosto de 2022.
A Selic é a taxa básica da economia e funciona como referência para outros juros cobrados no mercado. Além disso, é utilizada em empréstimos entre bancos e nas aplicações que as instituições financeiras fazem em títulos públicos federais. Como principal instrumento do Banco Central para controlar a inflação, a Selic desempenha um papel fundamental na economia brasileira, refletindo-se no crédito oferecido pelos bancos e na estabilidade financeira do país.