Brasil tem cerca de 4 milhões de pessoas em 13 mil áreas de risco de desastres, diz SBG
Segundo o relatório, entre as cidades mapeadas, 6.800 apresentam riscos de deslizamento e 4.300 de inundação
Foto: Reprodução/Agência Brasil
Cerca de quatro milhões de pessoas vivem em mais de 13 mil áreas de risco de desastres no Brasil, de acordo com dados divulgados pelo Serviço Geológico do Brasil (SBG). Aproximadamente 4 mil delas – ou 30,1% – são áreas consideradas de muito risco.
Conforme o relatório, entre as 1,6 mil cidades mapeadas, 6.800 apresentam riscos de deslizamento e 4.300 de inundação. Especialistas ouvidos pelo R7 ressaltam que, além das próprias ameaças da natureza, os problemas são verificados por aspecto socioeconômico, no qual atingem em maior camada os mais pobres.
“Nossas cidades são segregadas territorialmente: os que têm mais recursos ocupam as áreas mais seguras, e os que têm menos, por estarem fora do mercado residencial formal, são literalmente empurrados para viver em áreas ambientalmente frágeis, nas encostas e beiras de córrego”, diz Rodolfo Baesso Moura, pesquisador do LabGRis-UFABC (Laboratório de Gestão de Riscos da Universidade Federal do ABC).
De acordo com Tiago Antonelli, chefe da Divisão de Geologia Aplicada do SGB, um dos principais fatores de influência é a ocupação em áreas irregulares ou inapropriadas. “Geralmente, são pessoas de baixa renda que não têm opção de viver em áreas mais caras e vão ocupar as periferias. Dependendo da região, essas áreas são cercadas de serras e morros”, aponta o geólogo.