Brasil terá redução de 24% na extrema pobreza até o final de 2022, diz Ipea
O pagamento de benefícios sociais durante a pandemia de covid-19 foram cruciais para mitigar os efeitos da crise
Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil
Segundo previsão do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), o Brasil terá redução de 24% na extrema pobreza ao final de 2022. Ações como o pagamento do auxílio emergencial e o benefício Auxílio Brasil durante a pandemia de covid-19 foram essenciais para mitigar os efeitos da crise econômica.
O estudo também constatou que há uma interação harmônica entre o Programa Auxílio Brasil e o mercado de trabalho formal. Segundo o IPEA, foram gerados, em média, 365 novos empregos formais para cada mil famílias incluídas no programa Auxílio Brasil.
Além disso, o estudo do IPEA afirma que não foi registrado crescimento nos indicadores de saúde relacionados à má nutrição no Brasil. Pelo contrário, alguns desses indicadores apresentaram recuos significativos entre 2018 e 2021.
No início de agosto, foi publicada a Lei 14.431/2022, que possibilita aos beneficiários do Auxílio Brasil o empréstimo consignado. A norma permite que seja solicitado o consignado de até 40% do valor do repasse permanente de R$ 600. Desta forma, o cidadão poderá ter até R$ 160 neste modelo de empréstimo. De acordo com o ministro da Cidadania, Ronaldo Bento, a previsão é que o processo tenha início no mês de setembro.
“O nosso objetivo é democratizar o acesso ao crédito. Quando você coloca o direito ao consignado à disposição dessas famílias, você está dirigindo a elas mais uma ferramenta para busca dessa autonomia que elas merecem”, reforçou o ministro Ronaldo Bento.
Especialistas, no entanto, não veem com bons olhos a permissão do empréstimo consignado aos beneficiários do Auxílio Brasil. De acordo com o Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec), a medida pode agravar o endividamento da população, que já atinge 77% das famílias brasileiras.
Se por um lado as expectativas em relação a extrema pobreza no Brasil são de queda, o mesmo não pode ser aplicado ao restante do mundo. Dados do Banco Mundial analisados pelo Ipea mostram que, no mundo, a previsão é de aumento de 15% na extrema pobreza.