Brasil voltará a exigir visto e aumentará custos para cidadãos dos EUA, Canadá, Austrália e Japão
Taxa sobe para US$ 80,90 a partir de abril, representando um aumento de mais de 100% desde a suspensão em 2019
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
O Ministério das Relações Exteriores informou que o visto para cidadãos dos Estados Unidos, Canadá, Austrália e Japão terá um custo de US$ 80,90 (cerca de R$ 400) a partir de 10 de abril. Esta alteração representa um aumento significativo em relação ao valor anterior de US$ 40 (aproximadamente R$ 200), marcando um acréscimo de 102,25%.
Embora esse aumento seja considerável, os valores praticados pelo Brasil ainda são inferiores aos cobrados pelos Estados Unidos e Canadá para a entrada de brasileiros. O visto norte-americano, por exemplo, custa US$ 185 (cerca de R$ 900), enquanto o Canadá exige C$ 100 (aproximadamente R$ 365) dos visitantes brasileiros.
Segundo dados da Polícia Federal, do Ministério do Turismo e da Embratur, mais de 750 mil visitantes dessas nacionalidades estiveram no Brasil em 2023. Estados Unidos, Canadá, Austrália e Japão ocupam posições significativas nesse ranking, com números expressivos de visitantes.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva adiou recentemente a reintrodução da exigência de visto para essas nacionalidades pela segunda vez, agora prevista para 10 de janeiro. A medida inicial havia sido revogada em 2019 pelo então presidente Jair Bolsonaro. O governo justificou o adiamento para evitar impactos no setor de turismo, permitindo um período adequado para a emissão dos vistos, especialmente durante a alta temporada de viagens.
É importante ressaltar que a decisão de Bolsonaro opera de forma unilateral, ou seja, os brasileiros que desejam visitar esses países continuam sujeitos à obrigatoriedade do visto de entrada. Lula negociou a liberação do documento para visitas curtas, de até 90 dias, tanto para brasileiros no Japão quanto para japoneses no Brasil durante sua visita ao país em maio do ano passado. O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, destacou que a suspensão anterior da obrigatoriedade do visto para americanos, canadenses, australianos e japoneses foi realizada sem reciprocidade, e as negociações subsequentes buscaram abordar essa questão diplomática.