Brasileiro e argentina que imitaram macaco em roda de samba no Rio são indiciados por racismo
O caso ocorreu na cidade do Rio de Janeiro
Foto: Foto/Reprodução
A Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi) indiciou pelo crime de racismo o professor Thiago Martins Maranhão, de 41 anos, e a argentina Carolina de Palma, que foram flagrados imitando macacos em uma roda de samba no Centro do Rio de Janeiro.
“Concluímos que houve uma discriminação racial no evento. A dança imitando macaco remete a todo um racismo que é histórico, uma comparação que é feita entre animais e pessoas negras, no sentido de desumanizá-las”, declarou a delegada Rita Salim, titular da Decradi.
Thiago reside em São Paulo e estava no Rio para um fórum de educação musical. Em depoimento, ele disse que “imitou vários bichos, entre eles, caranguejo, pássaros, elefante e macaco, além de uma árvore”, junto com Carolina.
No inquérito, a Polícia Civil defendeu que liberdade de expressão encontra limite no direito do outro e, no caso dos dois indiciados, feriou a dignidade da pessoa humana
"Isso não é permitido nem em tom de brincadeira, porque racismo recreativo é punido pela lei, é considerado crime e não é admitido", descreveu o documento.
O inquérito foi enviado para o Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ). A pena prevista para o crime de racismo é de 3 a 5 anos de prisão.
A argentina também apresentou um argumento parecido através da sua defesa. Os advogados afirmaram que a dança realizada por ela "não tinha sentido discriminatório".
Thiago informou que conhece Carolina de Palma desde o ano passado, quando eles fizeram um curso de música e movimento em São Francisco, na Califórnia.