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Câmeras corporais de policiais militares do Rio de Janeiro mostram flagrantes de extorsão

As imagens mostram os agentes recebendo o dinheiro de comerciantes da Baixada Fluminense

Por Da Redação
Ás

Atualizado
Câmeras corporais de policiais militares do Rio de Janeiro mostram flagrantes de extorsão

Foto: Reprodução/RovenaRosa

Imagens captadas das câmeras corporais de policiais militares do Rio de Janeiro, mostram os agentes recebendo dinheiro de comerciantes da Baixada Fluminense. Mesmo vigiados pelo equipamento, os PMs acreditavam que não seriam descobertos. Toda sexta-feira, as equipes faziam um rodízio para pegar os valores, um esquema que ficou conhecido como o "tour da propina".

Todo material registrado fica arquivado na memória das câmeras.  Uma denúncia anônima levou a Corregedoria a abrir uma investigação e a checar mais de 500 horas da atuação desses PMs. Foi constatado que eles fizeram o tour da propina toda sexta-feira, por seis meses.

Os alvos poderiam ser depósitos de ferro-velho, de reciclagem, de bebidas, mercados, padarias e até bancas de pastel. Os agentes queriam dinheiro, mas a propina podia ser paga em frutas ou com cerveja. As viaturas se revezavam nas visitas a pelo menos 54 comerciantes em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense.   

Os PMs deixavam de atender a vários chamados de ocorrências, mas para recolher a propina estavam sempre por perto e eram pontuais. A Corregedoria da PM acompanhou a movimentação dos policiais e gravou os agentes em ação. Eles também faziam de tudo para tentar fugir das gravações: viravam as câmeras para o lado, tapavam a lente com as mãos, retiravam o equipamento, largavam dentro da viatura e até mesmo nas bases policiais.

O Ministério Público determinou a prisão de 22 policiais. A Corregedoria da Polícia Militar prendeu 21 deles, na quinta-feira (7). O último se entregou nesta sexta (08). Quatro trabalhavam no mesmo batalhão. Os outros 18, estavam divididos em batalhões na Baixada Fluminense e na Região Metropolitana do Rio. Eles vão responder por corrupção passiva.

Paulo Roberto Cunha Jr, promotor do Ministério Público - RJ, explicou ao Fantástico que, apesar de não ter violência, eram policiais militares usando equipamento do Estado num momento de serviço para praticar o crime. "Já foi instaurado uma outra investigação para determinar eventuais responsabilidades do comando do batalhão", detalhou ele. 

O coronel Marcelo de Menezes, comandante da Polícia Militar do Rio de Janeiro, afirmou que esse caso vai servir de exemplo para os “maus policiais de que eles não vão ficar impunes”.

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