Carla Zambelli completa um mês foragida após ser condenada a 10 anos de prisão

A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) completa nesta quinta-feira (3) um mês foragida da Justiça, após ser condenada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a 10 anos de prisão. Ela é procurada pela Interpol e Polícia Federal (PF), que tentam descobrir o paradeiro da parlamentar na Itália.

Na quarta-feira (2), o advogado de Zambelli, Fábio Pagnozzi,  entregou à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) a defesa da deputada. Em entrevista coletiva na Câmara, ele afirmou que a parlamentar está disposta a cumprir eventual pena imposta pela Justiça, no Brasil ou no exterior. “Se tiver que cumprir pena, seja no Brasil ou na Itália, ela vai cumprir. Ela não está fugindo da penalidade, está fugindo da injustiça”, disse.

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Zambelli anunciou que deixou o Brasil em uma entrevista no dia 3 de junho. Ela foi embora no dia 25 de maio pela fronteira com a Argentina em Foz do Iguaçu (PR), onde não há controle migratório. Em Buenos Aires, a parlamentar então embarcou para os Estados Unidos, de onde anunciou a fuga. 

A parlamentar antecipou que viajaria para a Itália por acumular a cidadania do país europeu. O nome dela foi incluído na lista vermelha da Interpol no dia 5 de junho, após ela desembarcar em Roma.

Zambelli também foi condenada à perda do mandato por envolvimento na invasão dos sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), junto com o hacker Walter Delgatti. 

Desde que chegou na Itália, as únicas aparições de Zambelli ocorreram nos dias 27 e 29. Com as redes bloqueadas por decisão do Supremo, a deputada gravou um vídeo convocando para o ato a favor de Jair Bolsonaro na Avenida Paulista, ocorrido no dia 29, divulgado por páginas bolsonaristas no dia 27.

Se apresentando como “exilada política na Itália”, Zambelli apelou aos apoiadores para que aderissem à manifestação. “Vocês me representam”, disse na gravação.

Durante o ato, o líder do PL na Câmara dos Deputados, Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), pediu aplausos à deputada, ao ex-ministro Walter Braga Netto e ao ex-deputado Daniel Silveira, os dois últimos já presos. 

Em declaração à CNN Brasil, no dia 29, Zambelli afirmou que o gesto demonstra “que o povo não me esqueceu e guarda esse carinho por mim”.

Sobre a situação internacional da deputada, o advogado Pagnozzi negou que ela esteja foragida. Segundo ele, o nome de Zambelli também não está na lista de procurados da Interpol. “Essa questão ainda está muito aberta. Até ontem, o nome dela não estava na difusão vermelha”, afirmou.

Ainda segundo o advogado, também não há, até agora, qualquer pedido oficial de prisão encaminhado à Justiça italiana. “A eventual prisão na Itália seria apenas administrativa, para fins de extradição, e não por crime cometido no país”, explicou.

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