Cármen Lúcia mostra preocupação com "Cabresto digital" durante as eleições
A dois dias do primeiro turno, ministra se reuniu com observadores internacionais, elogiou urnas e trabalho imparcial do TSE
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
A presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministra Cármen Lúcia, apoiou em discurso a liberdade proporcionada pela democracia e pela segurança do sistema eleitoral brasileiro, nesta sexta-feira (4). A ministra participou da abertura do Programa de Convidados Internacionais para as eleições municipais deste ano. Neste domingo (6), eleitores de todo o Brasil, vão às urnas escolher os seus prefeitos e vereadores em 5.569 municípios.
"As eleições representam, quando livres, independentes e democráticas, um passo adiante ao fortalecimento das instituições democráticas. Não há democracia pela formalização apenas de eleições, mas a democracia quando as eleições se representam um instrumento, uma forma de todo o povo dizer o que quer pra sua vida", afirmou Cármen Lúcia.
"É o caso do Brasil. As eleições hoje são livres, independentes, são ligadas de forma imparcial, planejadas, administradas e executadas com um ramo do poder Judiciário, portanto, um ramo do poder que tem como característica a imparcialidade", completou a ministra.
Alguns representantes de países como Estados Unidos, Chile, Uruguai, Gana e Síria estavam presentes. No domingo, os representantes de outras nações poderão acompanhar a votação em uma seção eleitoral de Valparaíso de Goiás (GO), cidade próxima ao Distrito Federal, além da totalização dos votos no TSE ao fim do dia.
"Cabresto digital" preocupa
Durante o discurso, Cármen Lúcia fez referência à antiga prática no país do chamado "voto de cabresto" que é quando o eleitor é manipulador a votar em determinado candidato, ou recebe ofertas para vender o voto. Conforme a presidente do TSE, hoje o país enfrenta o chamado "cabresto digital" representado pelas máquinas de desinformação e disseminação de notícias falsas.
A presidente ainda explicou sobre o ato do cabresto digital. "Criamos agora o que, no Brasil, nós conhecíamos das décadas de 30 e 40 do século passado, o 'cabresto digital'. Alguém põe na nossa máquina, no nosso celular, no nosso computador, algo que nos desinforma e nos encabresta para um mesmo lugar, como se fossemos apenas manipulados sem condições de livremente escolher", disse.
"É contra isso que o direito, hoje, luta. Para que a gente tenha possibilidade de resgatar a plena liberdade de voto, que realiza a democracia em qualquer parte do mundo e no nosso caso, especificamente", finalizou.
Cármen Lúcia ainda relatou sobre são uma "oferta para que cada cidadão possa fazer valer seu direito de escolha de vida". A ministra citou o cenário mundial em que, segundo ela, "grande parte da população ou vive em uma situação que não é de democracia plena, ou que nos últimos anos correu até riscos de retrocessos democráticos". Ao todo, serão mais de 465 mil candidatos, mais de 155,9 milhões de brasileiros estão aptos a escolher os novos prefeitos e vereadores de 5.569 municípios brasileiros.