Caso de desvio de verba do orçamento secreto envolve motorista de ex-assessor de Arthur Lira
Operação Hefesto revela suposta movimentação de dinheiro desviado em Alagoas
Foto: Reprodução/Fantástico
A Operação Hefesto, conduzida pela Polícia Federal (PF), investiga o caso de desvio de verba destinada à compra de kits de robótica para 43 municípios de Alagoas, utilizando recursos do orçamento secreto. O motorista de um ex-assessor parlamentar do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), está sob suspeita de receber dinheiro desviado nesse esquema.
Na última quinta-feira (1º), durante a deflagração da operação, a PF apreendeu R$ 4 milhões em dinheiro vivo, encontrados no cofre de uma residência em Maceió.
No domingo (4), uma reportagem do Fantástico apresentou imagens que mostram supostas movimentações de dinheiro desviado, recebido pelo motorista identificado como Luciano Ferreira Cavalcante, ex-assessor de Lira. Atualmente, Luciano ocupa uma posição de liderança do PP na Câmara dos Deputados.
De acordo com as investigações, o casal Pedro e Juliana Salomão, apontados como operadores do esquema, realizava saques em dinheiro vivo em diversos bancos de Brasília para evitar chamar a atenção das autoridades.
Uma gravação datada de 17 de maio evidencia o momento em que Pedro entra no carro do motorista do ex-assessor de Lira, carregando uma bolsa cheia e saindo com ela vazia. Esse episódio ocorreu no estacionamento de um hotel onde o motorista e o ex-assessor estavam hospedados, conforme informações da PF.
Mais tarde, ainda no dia 17 de maio, ocorreu uma situação similar em um estacionamento na Asa Sul, em Brasília. Pedro entrou no carro do ex-motorista de Lira com uma sacola cheia e saiu com ela vazia. Durante a abordagem da PF, foram encontrados R$ 150 mil em dinheiro vivo no veículo, além do passaporte do assessor parlamentar em uma mochila no porta-malas.
No dia 1º, Pedro e Juliana foram detidos, mas foram soltos no dia seguinte após uma nova decisão judicial. Arthur Lira não é citado nas investigações e afirmou, em entrevista à Globo News, que não possui qualquer relação com o caso. O nome do motorista não foi divulgado.