Caso ferro-velho: polícia investiga desaparecimento de jovens em Salvador como possíveis homicídios
Polícia Civil afirma que provas encontradas são suficientes para um indiciamento e condenação dos suspeitos
Foto: Farol da Bahia
O caso dos jovens Paulo Daniel Pereira Gentil do Nascimento e Matusalém Silva Muniz, funcionários de um ferro-velho no bairro de Pirajá, em Salvador, que estão desaparecidos há 43 dias, passou a ser investigado pela Polícia Civil como possíveis homicídios.
A medida foi tomada após o Departamento da Polícia Técnica confirmar materiais biológicos dos jovens no carro do dono do ferro-velho, o empresário Marcelo Batista, e no balcão do estabelecimento, conforme o delegado titular da 3ª DH, José Nélis. Ele é considerado o principal suspeito e mandante das execuções.
"Ele teria levado o veículo para uma oficina para tentar descaracterizar os vestígios que estavam dento do carro, certamente por conduzir essas pessoas. O material foi identificado e detectado. O laudo do Departamento da Polícia Técnica confirmou que o sangue encontrado em um papel era de Paulo Daniel", explicou em entrevista coletiva nesta terça-feira (17).
Na manhã desta terça, duas pessoas foram presas suspeitas de envolvimento nos possíveis homicídios de Paulo Daniel e Matusalém, um soldado da Polícia Militar conhecido como "Maguila" e uma segunda pessoa, que também seria funcionário do ferro-velho.
"O soldado é acusado de co-homicídio. É a co-autoria na participação do crime. Inicialmente, a gente investigava como desaparecimento, mas surgiram indícios, a partir de laudos periciais, que foram encontrados materiais biológicos desses dois jovens, juntamente com outros elementos, exemplo da distribuição das filmagens do sistema de monitoramento do ferro-velho. Isso nos faz verificar fortes indícios e que se trata de homicídios", disse Nélis, que reforçou que, apesar da prisão de dois suspeitos, as investigações não foram finalizadas.
Marcelo Batista segue foragido desde o dia 9 de novembro, quando a Justiça decretou a prisão preventiva dele.
"Continuamos em busca de localizá-lo. Não é fácil, mas temos adotado diversas providências para encontrá-lo. Ao mesmo tempo estamos investigando outros nomes e o resultado disso foi a prisão do policial militar e uma segunda pessoa, que seria também funcionário [do ferro-velho]", destacou o delegado da Polícia Civil.
Nélis também afirmou que as provas encontradas são suficientes para um indiciamento e condenação dos alvos presos, mas que as apurações seguem para localizar os corpos das vítimas.
"A investigação avançou bastante, mas ainda buscamos encontrar os corpos, apesar de haver precedentes do Supremo Tribunal Federal que independente de encontrarmos os corpos esses indícios já são suficientes para um indiciamento e condenação. Estamos em busca dos corpos para dar resposta que a sociedade e a família precisam", finalizou.