Censo 2022: quase um quarto das residências brasileiras não tem tratamento adequado de esgoto, diz IBGE
Pelo menos 13,2% contam com fossa séptica ou fossa filtro não conectada à rede
Foto: Carolina Gonçalves/Agência Brasil
Cerca de 24,3% das residências no Brasil não dispõem de rede de coleta de esgoto ou fossa séptica, métodos considerados adequados para o tratamento sanitário da população. Os dados foram divulgados nesta sexta-feira (23), pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O estudo também destaca que 62,5% das casas possuem acesso a rede geral, pluvial ou fossa conectada à rede, enquanto outros 13,2% contam com fossa séptica ou fossa filtro não conectada à rede. Esse conjunto representa 75,7% da população atendida por esgotamento recomendado, evidenciando um aumento em relação ao último censo, realizado em 2010, quando essa proporção era de 64,5%.
Os dados revelam que o restante da população utiliza métodos como fossa rudimentar, buraco, vala, ou até mesmo recursos naturais como rios, lagos e córregos, ou não dispõe de banheiro nem sanitário.
Além disso, entre 2010 e 2022, todos os estados brasileiros registraram um crescimento na proporção da população residindo em domicílios com esgotamento sanitário por rede coletora, pluvial ou fossa séptica.
Quanto ao abastecimento de água, o levantamento aponta que 97% da população recebe água de forma adequada, principalmente através da rede geral de distribuição. No entanto, o estudo ressalta disparidades regionais, como a predominância do abastecimento por carro-pipa no interior do Nordeste e o uso de água de chuva em algumas cidades da mesma região.
Apesar de a cobertura total da rede de abastecimento de água alcançar 86,6%, o IBGE alerta que o uso de outra fonte como principal "pode indicar alguma precariedade". É importante notar que entre 2010 e 2022 houve uma mudança conceitual no quesito de abastecimento de água, o que impossibilita uma comparação direta com os dados anteriores.