CGU solicita acesso à delação que envolve líder do governo Lula em suposto esquema de propina
Alexandre Romano, conhecido como Chambinho, apontou pagamento de propina a José Guimarães
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
A Controladoria-Geral da União (CGU) do governo Lula requisitou ao Supremo Tribunal Federal (STF) acesso à delação premiada do advogado Alexandre Romano, conhecido como Chambinho. O documento menciona um suposto pagamento de propina ao líder do governo Lula na Câmara, deputado José Guimarães (PT-CE). As informações são do portal Metrópoles.
O pedido foi encaminhado ao ministro Edson Fachin em outubro, no contexto de um inquérito que investigou Guimarães por suposto recebimento de propina em troca de influência na concessão de empréstimos do Banco do Nordeste (BNB) a empresas da Desenvix, braço da Engevix no setor de energia.
Segundo a delação de Romano, em 2011, ele teria pagado R$ 97,7 mil a Guimarães ilicitamente, como remuneração pela suposta intermediação de contatos para a liberação de empréstimos do BNB. A CGU busca acessar a delação para embasar uma investigação preliminar sobre duas empresas, Maxivalue Projetos e Consultoria Ltda. e LDM Brasil Desenvolvimento de Negócios Ltda., envolvidas no caso dos empréstimos.
O inquérito original contra José Guimarães resultou em denúncia pela Procuradoria-Geral da República em novembro de 2016, rejeitada pelo STF em dezembro de 2017. Agora, a CGU pretende utilizar a delação para investigar as empresas suspeitas de terem sido utilizadas para o pagamento de vantagens indevidas.
Apesar de os ministros da Segunda Turma do STF terem considerado os relatos de Alexandre Romano insuficientes para a abertura de uma ação penal contra o líder do governo, a CGU classifica a delação como “fundamental” em sua apuração sobre as empresas sob suspeita. José Guimarães não comentou sobre o interesse da CGU na delação e no caso dos empréstimos do Banco do Nordeste.