China ocultou US$ 385 bi em dívidas de outros países, afirmam FMI e Banco Mundial
A descoberta é resultado de um estudo de quatro anos da AidData
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De acordo com dados do FMI e do Banco Mundial, o plano chinês de infraestrutura elevou a dívida de países pobres com a China para US$ 385 bilhões, valor que inclui uma “dívida oculta”, ausente nos balanços dos países. A descoberta é resultado de um estudo de quatro anos da AidData, que encontrou 42 países de renda baixa a média com dívidas superiores a 10% do Produto Interno Bruto (PIB).
A Belt and Road Iniatiative (BRI), carro-chefe do presidente Xi Jinping, prevê projetos em rodovias, portos e gasodutos. Segundo o estudo, há empréstimos feitos a 165 países, parte deles considerados de alto risco, que estariam permitindo uma “diplomacia das dívidas”, forçando os governos devedores a ceder propriedade ou controle dos principais ativos a Pequim.
Em uma descoberta separada, a AidData mostrou que Pequim estava emprestando desproporcionalmente a países que tiveram um desempenho ruim em medidas convencionais de solvência, em contraste com outros credores internacionais, mas exigiam taxas de juros muito mais altas com períodos de reembolso mais curtos.
O estudo mostra que os encargos da dívida foram mantidos fora dos balanços públicos por meio de empréstimos semiprivados e de “propósito especial”, e eram “maiores do que os fornecidos por instituições de pesquisa, agências de classificação de crédito ou instituições intergovernamentais, todas organizações com responsabilidade de vigilância maior”.
A China já investiu mais de US$ 843 bilhões na infraestrutura de países em desenvolvimento desde o lançamento do programa em 2013. Quase 70% desse dinheiro foi emprestado para bancos estatais ou repassado por meio de joint ventures por empresas chinesas com parceiros locais.