Saúde

Cientistas anunciam quarto caso no mundo de paciente curado do HIV

Médicos relataram caso de homem nos EUA que entrou em remissão após transplante de células-tronco

Por Da Redação
Ás

Cientistas anunciam quarto caso no mundo de paciente curado do HIV

Foto: Darwin Laganzon por Pixabay

Durante a Conferência Internacional de Aids, realizada em Montreal, no Canadá, nesta quarta-feira (27), cientistas anunciaram o quarto caso no mundo de um paciente que entrou em remissão para o HIV, considerado curado.

O homem de 66 anos, que foi diagnosticado com a doença em 1988, recebeu um transplante de células-tronco para tratar um quadro de leucemia de um doador com genética resistente ao vírus que causa a Aids.

Os dados foram apresentados no evento pela professora da Divisão de Doenças Infeciosas do City of Hope, centro médico onde foi realizado o procedimento, nos Estados Unidos.

Quando fui diagnosticado com HIV em 1988, como muitos outros, pensei que era uma sentença de morte. Nunca pensei que viveria para ver o dia em que não tivesse mais HIV", conta o paciente, que optou por permanecer de forma anônima, em comunicado.

De acordo com a instituição, o transplante foi realizado há três anos e meio. O paciente vivia com HIV há 31 anos, e foi o mais velho a atingir o status considerado de cura da doença. 

Os pesquisadores anunciaram a remissão somente depois que o homem permaneceu durante 17 meses sem receber o tratamento antirretroviral e, ainda assim, não voltou a apresentar evidências do vírus no organismo.

O doador da medula óssea tinha uma mutação genética rara no receptor das células imunes que o HIV utiliza para atacar o sistema imunológico, o CCR5. Já foi comprovado que essa mutação torna as pessoas resistentes à maioria das cepas de infecção pelo HIV pois bloqueia esse caminho e impede a replicação do vírus no organismo.

Segundo relatos dos médicos responsáveis,  desde que se recuperou do transplante, o paciente não mostrou evidências de possuir o vírus HIV replicante em seu corpo, seja em amostras de sangue ou tecidos. Após aprovação dos especialistas, ele deixou de tomar o medicamento antirretroviral em março de 2021, mas continuou sendo monitorado de perto.

O tratamento, que também levou pacientes anteriores à cura, não é, no entanto, indicado a todos. Isso porque um transplante de medula óssea envolve uma série de riscos, tem uma alta complexidade e depende de doadores compatíveis. Logo, só é recomendado para aqueles que de fato precisam do procedimento devido a um quadro avançado de câncer.

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