• Home/
  • Notícias/
  • Saúde/
  • Internações por infarto em jovens abaixo dos 40 anos crescem 41% na Bahia entre 2020 e 2024

Internações por infarto em jovens abaixo dos 40 anos crescem 41% na Bahia entre 2020 e 2024

Especialista aponta estresse, uso de anabolizantes e sedentarismo como parte dos fatores de risco

Por Emilly Lima
Ás

Atualizado
Internações por infarto em jovens abaixo dos 40 anos crescem 41% na Bahia entre 2020 e 2024

Foto: Reprodução/Ilustrativo

O estresse, a má alimentação e o sedentarismo fazem parte do pacote dos principais fatores causadores do infarto do miocárdio em brasileiros abaixo dos 40 anos. Entre 2020 e 2024, houve um aumento de aproximadamente 41% nas internações pela doença na Bahia, de acordo com dados da Secretaria de Saúde do Estado (Sesab).

O infarto agudo do miocárdio, popularmente conhecido como ataque cardíaco, ocorre quando o fluxo sanguíneo para uma parte do coração é interrompido por um bloqueio em uma artéria coronária. Esse bloqueio é causado por placas de gordura (aterosclerose) que se formam nas artérias e se rompem, formando um coágulo.

Segundo os dados disponibilizados ao Farol da Bahia, na faixa etária entre 35 e 39 anos, os casos apresentam um aumento de 53,9% no mesmo período. O maior número de registros de internação aconteceu em 2024, quando 197 pessoas foram internadas no estado.

O médico cardiologista Dr. Cristiano Macedo explica quais são os fatores de risco que podem influenciar diretamente nos casos de infarto. "Os principais fatores de risco são o histórico familiar, colesterol alto, obesidade, sedentarismo, tabagismo, pressão arterial, consumo de bebidas alcoólicas, diabetes e estresse. Temos visto um avanço em indivíduos com idade abaixo dos 40 anos. Então, a gente tem que ver se isso foi provocado por esses mesmos fatores de risco, ou se é uma outra doença que está acontecendo", disse o especialista.

De acordo com o Dr. Cristiano, não há um estudo que comprove quais são os fatores que levam um jovem adulto abaixo dos 40 anos a ter infarto, já que, tradicionalmente, a doença acomete homens a partir dos 45 anos e mulheres a partir dos 55. Mas ele aponta a mudança dos hábitos de vida como uma das possíveis causas do aumento das ocorrências.

"Uma das coisas que possivelmente está ligada a isso é a mudança dos hábitos de vida e, possivelmente, o uso de algum outro tipo de substância. Uma delas é o uso de anabolizantes. Não podemos afirmar 100%, mas, com certeza, é uma das possibilidades que pode estar influenciando isso. Os anabolizantes, os energéticos, os termogênicos, essas substâncias que muita gente utiliza e não sabe exatamente o efeito que pode provocar", pontua, ao acrescentar que, além do coração, essas substâncias podem lesionar o fígado e os rins.

Dados do painel do Ministério da Saúde mostram que as internações de brasileiros abaixo de 40 anos, em decorrência de infarto, passaram de 1,7 caso por 100 mil habitantes no ano 2000 para quase 5 em 2022. Ou seja, um aumento de 184% em duas décadas.

De 2020 a 2024, há um crescimento significativo nos casos de infarto na Bahia. Em 2020, o ano fechou com 7.517 internações, enquanto em 2024 esse número subiu para 9.917 — um aumento de mais de 30%.

Nesse mesmo período analisado, de acordo com dados da Sesab, a maioria das internações por infarto é de homens, representando cerca de 60% dos casos. "Tradicionalmente, os homens são acometidos da doença coronariana de uma forma mais precoce do que as mulheres, mas isso tem se modificado um pouquinho ao longo do tempo, possivelmente porque as mulheres passaram a participar da sociedade de uma forma similar ao homem, do ponto de vista de hábitos de tabagismo, de alimentação etc.", explica o Dr. Cristiano.

O especialista também alerta que, mesmo que um paciente já tenha sido acometido pelo infarto e tenha adotado hábitos saudáveis e preventivos, a possibilidade de ele ter um segundo evento é duas vezes maior que a de um indivíduo que ainda não teve o primeiro. "A gente tem que ser ainda mais rigoroso no controle de risco daqueles pacientes que já tiveram um primeiro evento. As medidas de prevenção são ainda mais importantes", finaliza o cardiologista.

Como identificar o ataque cardíaco?

De modo geral, os principais sintomas são dor fixa e prolongada no peito (e que pode se irradiar pela mandíbula e/ou pelos ombros e braços); ardor no peito (muitas vezes confundido com azia); suor excessivo, náuseas, vômito, tontura e desfalecimento; ansiedade e agitação fora do comum; sensação de morte iminente; tosse seca; dificuldade para dormir; dor nas costas; palidez e suor frio; e dormência ou formigamento no braço esquerdo.

É importante destacar que os sintomas podem variar de pessoa para pessoa e, em alguns casos, podem ser até assintomáticas e não apresentar qualquer sintoma que ajude na identificação do problema cardíaco. 

Nos infartos silenciosos, o indivíduo não sente a tradicional dor no peito. Nesse caso, os sintomas mais comuns são tontura, cansaço repentino e falta de ar.

Em qualquer um dos casos, não hesite em procurar um cardiologista para avaliação do coração. 

Comentários

Os comentários são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião deste site. Se achar algo que viole os termos de uso, denuncie:redacao@fbcomunicacao.com.br

Faça seu comentário