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Cientistas descobrem mecanismo que bloqueia ação do zika vírus em camundongos

Medicamento desenvolvido ainda precisa ser testada em humanos

Por Da Redação
Ás

Cientistas descobrem mecanismo que bloqueia ação do zika vírus em camundongos

Foto: Reprodução

Cientistas brasileiros, argentinos e norte-americanos identificaram o mecanismo responsável pelo ataque do zika aos fetos e conseguiram bloquear a ação do vírus em camundongos, os protegendo contra a microcefalia. O estudo foi publicado na revista "Nature Neuroscience", nessa segunda-feira (20).  

Um grupo de pesquisadores brasileiros do Instituto de Biociências da Universidade de São Paulo e da Plataforma Pasteur-USP, há quatro anos encontraram evidências de que o zika causava a microcefalia e publicaram um artigo na Nature, onde o relacionava com a malformação dos bebês.  

Com as pesquisas, o imunologista Jean Pierre Schatzmann Peron e sua equipe passaram a trabalhar em colaboração com a Universidade Harvard e a Universidade de Buenos Aires. 

“Ao invadir as células do hospedeiro, o zika consegue desligar a produção de duas substâncias usadas pelo sistema imune para combater infecções virais: o interferon do tipo 1 e a proteína da leucemia promielocítica (PML),” explica Peron.

O vírus da zika invade as células e atua sobre uma proteína, o receptor AHR. Ele é ativado e limita a produção das células imunes. Elas são muito importantes para a imunidade antiviral, tanto em camundongos quanto em humanos. A imunidade própria das células também é suprimida.

Assim, o zika consegue derrubar as barreiras de proteção e passa a se multiplicar livremente. Ele cruza a placenta, infecta os fetos e invade os precursores neuronais, onde se replica e causa a microcefalia nos bebês.

Depois de descobrir como o vírus se instala e se mecaniza, os cientistas foram atrás de um possível medicamento que pudesse impedir o acesso da doença. 

“Se a ativação da proteína AHR facilita a replicação do zika, seria lógico imaginar que uma droga capaz de impedir a sua ativação teria um possível efeito benéfico contra a ação do vírus,” argumenta Peron.

O medicamento foi utilizado em fêmeas de camundongos em gestação infectadas com o zika vírus e perceberam uma melhora nas lesões. No caso dos neurônios do cérebro, Peron diz que o medicamento “bloqueou 100% da ação do vírus”.

“Nosso maior desafio foi mostrar que, com o tratamento, nós obtivemos melhora na lesão cerebral. De nada adiantaria observar uma melhora apenas nas mães, sem fazer nenhum efeito no cérebro dos fetos. Mas o tratamento surtiu efeito tanto nas mães quanto nos fetos.”

Ele ainda afirma que o cérebro dos fetos infectados coma doença e medicados com a droga eram quase iguais ao cérebros de fetos sem o vírus.  “Os fetos tratados com a droga voltaram a nascer com peso normal. O comprimento total dos animais também melhorou. Na placenta e no cérebro, pudemos observar que a remissão do vírus foi total". 

O próximo passo da pesquisa é testar a droga em humanos. Não há informação sobre os testes clínicos. 

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