CNC: Varejo nacional projeta crescimento de 1,5% nas vendas em 2024
Estimativas são fundamentadas em análises do PIB e setores varejistas
Foto: Arquivo/Agência Brasil
O varejo nacional tem projeção de crescimento real de 1,5% no volume de vendas para 2024, em comparação aos 1,8% estimados para 2023. Esses dados foram apresentados pelo economista Fabio Bentes, da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), em entrevista à Agência Brasil. Essa redução na projeção se baseia na expectativa de um menor crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) para o próximo ano, comparado a 2023.
Bentes destacou que enquanto o PIB deve crescer em torno de 3% neste ano, a expectativa para o próximo gira em torno de 1,7% a 1,8%. Ele ressaltou a diferença na composição desse crescimento entre os segmentos do varejo, apontando uma performance mais desfavorável para os setores dependentes de crédito em 2023.
Enquanto a média do comércio registra um crescimento de 1,6% nas vendas este ano, segmentos como materiais de construção (-2,1%), vestuário e calçados (-6,7%), e artigos de uso pessoal e doméstico (-11,3%) enfrentam retração nas vendas, influenciada pela dependência de crédito.
Por outro lado, os setores não tão dependentes de crédito exibem crescimento considerável: combustíveis e lubrificantes (4,9%), farmácias, drogarias e perfumarias (4,3%), e supermercados (3,8%). Essa mudança na composição do crescimento é um destaque apontado pelo economista da CNC.
Ele salientou ainda que a flexibilização da política monetária, com a redução da taxa básica de juros (Selic), é um fenômeno recente em 2023, mas espera-se que, até o final do próximo ano, a taxa básica de juros alcance um dígito, em torno de 9% a 9,5%. Essa queda tende a beneficiar os setores mais afetados em 2023, impulsionando a empregabilidade no comércio.
Os dados de emprego atuais mostram um crescimento mais acentuado em atividades essenciais do varejo, como supermercados e hipermercados. Bentes também destacou o desempenho do setor de turismo, principalmente no segmento de alimentação, que apresentou resultados superiores em termos de receita e emprego.
No entanto, Bentes alertou que, apesar dos números positivos, o resultado de 2023 é mais fraco do que o do ano anterior em alguns setores, como vestuário e móveis/eletrodomésticos. No setor de serviços, apesar do crescimento na geração de empregos formais, a expectativa é que a expansão da receita diminua um pouco no próximo ano, conforme projeções baseadas nos dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho e Emprego.