Cobertura vacinal no Brasil cresce mas não alcança meta necessária

Nordeste está com a cobertura de 88,1%

Por Da Redação
Ás

Cobertura vacinal no Brasil cresce mas não alcança meta necessária

Foto: Agência Brasil

O Brasil registrou aumento na cobertura das principais vacinas infantis em 2022, em relação aos anos anteriores. No entanto, dentre as quatro vacinas essenciais para crianças com menos de dois anos - BCG, pólio, DTP e MMRV - apenas a BCG, que protege contra formas graves de tuberculose, conseguiu atingir a meta estabelecida pelo Ministério da Saúde. Os dados são do Observa Infância, uma parceria entre a Fiocruz e a Unifase, com base em sistemas públicos de saúde.

Os resultados revelam que, após um período de declínio na cobertura vacinal, todas as quatro vacinas registraram aumento na cobertura entre 2021 e 2022. "Embora possamos não ter alcançado todas as metas, 2022 representou um ano de recuperação. Esperamos ver um progresso ainda maior em 2023", afirma a pesquisadora Patrícia Boccolini, coordenadora do Observa Infância.

A BCG, conhecida como a primeira vacina, alcançou uma notável alta de 19,7 pontos percentuais, atingindo uma cobertura de 99,5%, superando a meta anual de 90% para bebês com menos de um ano.

A cobertura para três doses da vacina contra a poliomielite no primeiro ano de vida da criança aumentou 9,7 pontos percentuais, embora tenha ficado quase 10 pontos abaixo da meta de 95%, alcançando 85,3%. O Nordeste está no segundo lugar com a cobertura de 88,1%, atrás do Sul que registrou 89,8%. Nenhuma região do país atingiu a meta de 95% de cobertura vacinal.

A cobertura para a dose de reforço da poliomielite, aplicada aos 15 meses da criança, foi ainda mais baixa, atingindo apenas 69,7%, apesar do crescimento de 6,25 pontos percentuais. Isso representa um desafio adicional para a saúde pública, visto que as baixas coberturas de reforços também foram observadas em outras vacinas.

Apesar do aumento na cobertura da vacina DTP em 2022, com um crescimento de 9,1 pontos percentuais para crianças com menos de um ano, a cobertura total alcançou 85,3%, ficando abaixo da meta nacional de 95%. A dose de reforço também teve uma cobertura de apenas 68,9%.

A vacina combinada MMRV (tetraviral) apresentou um aumento de 3,5 pontos percentuais na cobertura, porém ainda ficou significativamente baixa, com 59,6% de cobertura em todo o país. O Ministério da Saúde argumenta que as vacinas tríplice viral e varicela monovalente estão sendo usadas como substitutas da tetraviral, o que afeta a análise isolada desta última.

Para o Ministério da Saúde o baixo índice está atrelado a fatores como percepção de baixo risco das doenças imunopreviníveis, dificuldades de acesso aos serviços de vacinação, desconfiança em relação à segurança e eficácia das vacinas e desinformação. 

Comentários

Os comentários são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião deste site. Se achar algo que viole os termos de uso, denuncie:redacao@fbcomunicacao.com.br

Faça seu comentário