Com gol de algoz, Vitória é eliminado pelo Ceará da Copa do Nordeste

O Vitória foi eliminado da Copa do Nordeste pelo Ceará após ser derrotado por 1 a 0, em confronto válido pelas quartas de final da competição, disputado neste sábado (25), no estádio de Pituaçu. Com o triunfo, o Vozão se classificou para a semifinal da Lampions League e agora espera o vencedor de Fortaleza e Sport.

A primeira etapa foi equilibrada entre as duas equipes. Tanto Vitória quanto Ceará encontraram muita dificuldade para fugir das marcações impostas pelas defesas. Os erros de passes fizeram a qualidade técnica da partida cair muito, assim como a falta de criatividade das duas equipes na criação de jogadas. O Rubro-Negro até teve mais volume de jogo e posse de bola, mas sem nenhuma objetividade.

A primeira boa chance só veio surgir aos 16 minutos, quando após boa jogada de Alisson Farias na lateral esquerda, o meia rolou para a bomba de fora da área de Thiago Carleto, que se não fosse o desvio na zaga, poderia ter complicado o goleiro Fernando Prass.

Dois minutos depois, aos 18, o Rubro-Negro chegou mais uma vez, com uma boa movimentação na frente, Caicedo tocou para Alisson Farias, que finalizou rasteiro, mas sem perigo para Prass.

O Ceará até teve algumas oportunidades na partida, principalmente com Rafael Sobis, mas o atacante não aproveitou da melhor forma os lances, sem oferecer qualquer risco ao goleiro Ronaldo. Sobis, inclusive, não seguiu na partida após sofrer uma lesão.

Quando a partida aparentava caminhar para um fraco e empolgante zero a zero na primeira etapa, aos 43 minutos, após cruzamento na área Rubro-Negra, Vinícius emendou um chute de primeira e a bola foi interceptada por Carleto com a mão, e o pênalti foi assinalado.

O próprio Vinícius, antigo algoz Rubro-Negro, foi para cobrança, chutou forte no alto, deslocando o goleiro Ronaldo, a bola ainda tocou no travessão, mas foi morrer no fundo das redes do Leão, abrindo o placar para o Vozão.

Na volta para a segunda etapa, o Vitória voltou com mais intensidade na busca do empate, e quase o conseguiu.

Aos quatro minutos, Carleto fez um belo cruzamento do lado esquerdo e Fernando Neto cabeceou com perigo, à direita do gol de Fernando Prass.

O duelo, que já estava sonolenta e pouco empolgante, ganhou contornos mais emocionantes aos 15 minutos, quando Caicedo recebeu bom passe em profundidade, ia sair cara cara com Fernando Prass, se não fosse tocado pelo zagueiro Luis Otávio. Como era o último homem antes do goleiro, o defensor foi expulso, deixando o Ceará com um a menos.

A expectativa ficou nos pés de Thiago Carleto, que soltou uma bomba da entrada da área, e obrigou Fernando Prass a se virar para defender o chute forte, espalmando para o lado.

O que se viu nos minutos seguintes foi uma partida, como já havia sido em boa parte da etapa inicial, fraca e de pouco talento. Muitos passes trocados de lado, lançamentos para frente, e nada que chamasse muita atenção. Sem muita vontade de modificar o placar, as duas equipes aparentaram se conformar com o resultado.

Aos 44 minutos, a situação do Leão, que já não era muito fácil, se complicou quando Gerson Margão, após cometer falta em Jacaré, pisou na perna do jogar, e foi expulso, deixando as duas equipes com o mesmo número de jogadores em campo.

No último suspiro na busca pelo empate, o Vitória teve boa oportunidade aos 45 minutos, quando Mateusinho soltou uma bomba de fora da área, e Prass espalmou para o lado. Foi o último lance de perigo na partida, e a última partida do Vitória na Copa do Nordeste.

Análise do Vitória na partida

Fraco, sem objetividade e com poucas jogadas orquestradas. Esse foi o Vitória nesta tarde. A equipe em nenhum momento fez por merecer o empate, assim como a classificação. Sonolento, o Rubro-Negro segue uma equipe previsível e facilmente de ser contida.

Detalhe que chama atenção é que a partida foi com nível técnico baixo. O Ceará não teve momentos brilhantes na partida, bem longe disso, mas soube controlar bem a vantagem construída, e mesmo com um a menos, pouco foi ameaçado pelo Leão, o que se expõe a cada partida a falta de jogadores de qualidade na equipe Rubro-Negra em diferentes setores, especialmente no meio campo e ataque.

Talvez uma das notas mais tristes da partida tenha sido a atitude desrespeitosa do presidente do Vitória, Paulo Carneiro. Quando o relógio já marcava os 30 minutos da segunda etapa, o árbitro precisou paralisar a partida, pois o mandatário assistia o confronto das arquibancadas utilizando a máscara no queixo, descumprindo as medidas de isolamento impostas pela Prefeitura e Governo do Estado. Em um jogo de pouco futebol, uma bola fora bem que veio a calhar.