Economia

Compra de importados registra queda de 20% entre abril e maio, aponta BC

Segundo especialistas, polêmica sobre taxação gerou insegurança em muitos consumidores

Por Da Redação
Ás

Compra de importados registra queda de 20% entre abril e maio, aponta BC

Foto: Governo Federal/Reprodução

O número de compras de produtos importados de pequeno valor registrou queda de 20% entre abril e maio, em meio à polêmica da possível taxação de compras em sites asiáticos, como Shopee, AliExpress e Shein. Diante das críticas de consumidores, o governo recuou e decidiu manter a isenção de encomendas de até US$ 50, mas especialistas afirmam que a forma como o assunto foi conduzido deixou "informações desencontradas" que "geraram insegurança". As informações são do UOL. 

Com a queda de 20%, o montante somou US$ 701 milhões, valor bem abaixo do que o registrado no mesmo período de 2022, quando o valor total foi de US$ 878 milhões. Os dados foram divulgados pelo Banco Central e inclui encomendas internacionais que chegam ou saem do Brasil transportados pelos Correios ou empresas privadas.   

Em maio, o volume de encomenda aumentou, mas ainda ficou 2,3% abaixo do observado no mesmo mês do ano passado. O valor totalizou US$ 916 milhões ante US$ 937 milhões em maio de 2022.

Apesar do governo federal ter voltado atrás sobre a taxação, os rumores tiveram impacto na importação de produtos de pequeno valor, segundo afirma o fundador da Verese Retail, Alberto Serrentino. 

"Toda aquela discussão, aquele vaivém, um monte de notícias massificadas em março, obviamente que gera insegurança nas pessoas. As pessoas ficam mais cautelosas e isso explica, sim, parte dessa queda", diz.

Ainda segundo Alberto, a queda também pode estar relacionada a um aumento na fiscalização dos pacotes que chegam ao Brasil. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, havia afirmado que vai reforçar a fiscalização e criar um grupo para estudar práticas internacionais contra sonegação por parte das empresas que enviam produtos e burlam as regras atuais.

A expectativa dos especialistas é que o aumento gradual das compras já aconteça nos próximos meses. Segundo Serrentino, não há capacidade para fiscalizar todos os pacotes que chegam ao país. Hoje os tributos só têm sido pagos quando as encomendas são barradas pela Receita Federal.

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