Conheça a organ-on-a-chip, técnica que promete eliminar o uso de seres vivos de testes médicos
Criando estruturas semelhantes às do corpo humano para a realização de testes, novidade pretende evitar o sacrifício de animais

Foto: Freepik
Pesquisadores têm feito um esforço coletivo para eliminar o uso de animais em testes científicos. Dentre todas as opções testadas até o momento, a organ-on-a-chip é a mais promissora. Além de poupar os seres vivos, ela também pode ser utilizada para a criação de tratamentos médicos mais eficientes e personalizados.
Literalmente traduzido como "órgão em um chip", a técnica consiste em criar reproduções de estruturas do corpo humano misturando chips eletrônicos e células. Os órgãos artificiais têm a capacidade de imitar as funções dos órgãos tradicionais, permitindo que tratamentos médicos e remédios sejam testados em fases iniciais.
A professora Suélia Fleury, da UnB e membro do Instituto de Engenheiros Eletricistas e Eletrônicos (IEEE), afirma que atualmente não é possível eliminar completamente os animais dos processos de desenvolvimento de medicamentos, mas o organ-on-a-chip já é capaz de reduzir significativamente o número de animais utilizados em testes.
“Em algumas etapas de pesquisa, o uso de animais ainda é indispensável, mas a tecnologia organ-on-a-chip já consegue reduzir muito a quantidade. Pesquisas que eram feitas com mil camundongos hoje são realizadas com pouco mais de 10. De 100 cachorros, passamos a cinco. É um ganho impressionante em vidas”, afirma a professora Suélia ao Metrópoles.
Apesar de ser promissor, ainda não existe uma data para que haja, definitivamente, a restrição de testes médicos em seres vivos.