Consulta sobre adoção do voto impresso no site do Senado tem disputa acirrada
Diferença entre "sim" e "não" até ontem (21) era de 7 mil votos
Foto: Reprodução/Agência Brasil
A consulta pública realizada pelo Senado sobre a proposta de adotar o voto impresso nas urnas eleitorais está bastante disputada. Nessa segunda-feira (21), o placar mostra que mais de 1,6 milhão de pessoas já tinham votado entre "sim" ou "não" no site. Enquanto 829.765 se manifestaram a favor da adoção, apenas 7 mil votos a mais que os que votaram contra - (822.841).
A diferença representa apenas 4% do total dos votos. A consulta foi aberta em 2018, mas recebeu pouca atenção no início. No entanto, a ideia ganhou novo impulso após o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) passar a defender publicamente que o voto impresso seja adotado como forma de dar lisura ao processo eleitoral. Ele afirma que as cédulas serão adotadas em 2022, caso uma proposta nesse sentido seja aprovada pelo Congresso.
A alegação sobre o risco de fraude é contestada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que aponta que o sistema de urnas eletrônicas é seguro, auditável e moderno, permitindo apuração rápida. Além disso, o presidente do órgão, ministro Luís Roberto Barroso, afirma que o voto impresso é um retrocesso que, além de gerar novos custos, não evita fraude, o que não aconteceria com o atual sistema.
O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), afirmou ser possível adotar o voto impresso para o pleito de 2022. A iniciativa do Senado, tema da consulta pública, ainda precisa passar pela Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa antes de ir à votação. Mas o colegiado sequer definiu um relator para o tema, já que o parlamentar anteriormente escolhido para isso, Sérgio Petecão (PSD-AC), deixou a comissão no começo do ano.