Coronavírus afeta aprovação de reformas prometidas

Após convocar manifestações contra o Congresso e o Supremo Tribunal Federal (STF), e tratar a pandemia do novo coronavírus como uma "guerra de poder" e uma "histeria", restou para o presidente Jair Bolsonaro poucos pontos com os congressistas, o que pode afetar na aprovação das reformas que foi prometida pelo presidente. 

O deputado Marcelo Ramos (PL-AM) diz que é duro falar sobre Bolsonaro. “Acho que já estava claro, e esse episódio do coronavírus consolidou, que o Bolsonaro está longe de ter o tamanho da Presidência da República. Ele é muito menor. No momento que mais precisamos de um líder para unir e conduzir, ele divide, jogando com o setor radical, e deseduca, verbalizando uma orientação contrária à do Ministério da Saúde. Em relação a uma pauta do governo, antes da crise eu já dizia que o ano caminhava para ser dado como perdido. Agora, do ponto de vista econômico, isso se consolida. Espero que para as medidas emergenciais, relativas à pandemia, o governo não seja lento e efetivamente encaminhe as MPs e projetos para que a Câmara possa resolver, já que estamos dando respostas rápidas”, ressaltou.

O deputado ainda destaca que as manifestações do panelaço como o maior dos sintomas do isolamento do presidente. Cita também que o ministro da Economia, Paulo Guedes, precisa parar de pensar em macroeconomia e focar nas reformas microenômicas para lidar com a crise global do país. 

Outro acontecimento que pode impactar na avaliação dos parlamentares é o ataque do deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), que culpou a China pela proliferação do novo agente infeccioso.