Corregedoria do CNJ deve enviar a PF acusação por peculado contra Sergio Moro
Senador é suspeito de desviar recursos da Lava Jato para fundação privada
Foto: Lula Marques/Agência Brasil
A Corregedoria do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) deve sugerir à Polícia Federal que o crime de peculato foi cometido pelo senador Sergio Moro (União Brasil- PR) por desvio ao destinar recursos da Lava Jato para uma fundação privada. As informações são da jornalista Andréia Sadi, da Globo News.
Um documento da auditoria realizada na 13ª Vara Federal de Curitiba consta a sugestão que o CNJ enviará para a PF analisar as investigações. No relatório, de 77 páginas, há detalhes da possível atuação de Moro, da juíza federal Gabriela Hardt, do coordenador da Taísa Oliveira Maciel e Carlos Rafael Lima Macedo, na tentativa de desviar recursos destinados ao Estado Brasileiro para “uma fundação voltada ao atendimento a interesses privados”.
O delegado da PF Élzio Vicente da Silva assina o relatório apresentado. Ele auxilia nos trabalhos da auditoria, o corregedor nacional, o ministro Luís Felipe Salomão.
De acordo com o CNJ, houve um “esforço consciente – e não registrado” da força-tarefa para que a União fosse excluída da discussão a respeito do percentual da multa aplicada à Petrobras nos Estados Unidos que seria destinado para as autoridades brasileiras.
Como indício é apontado que os procuradores não traduziram para o inglês o nome dos órgãos citados, como Ministério Público Federal e Tribunal de Contas da União, no acordo original fechado com o Doj.
Sergio Moro não pode ser alcançado pelo CNJ – que tem atribuição apenas administrativa, que pediu exoneração e hoje exerce cargo de senador. Porém, o quadro muda ao ser encaminhada para PF, onde o parlamentar pode ser punido por eventual cometimento de crime com pena de 2 a 12 anos de reclusão e multa.