Cotado para disputar Presidência em 2026, Caiado afirma que Lula está 'perdendo a vontade de governar'
Governador de Goiás aponta erros do petista em posicionamentos sobre Israel
Foto: Antônio Cruz/Agência Brasil
O governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), que é cotado para disputar as eleições presidenciais em 2026, tem feito críticas à atuação do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Entre as falas do petista consideradas como "infelizes e irresponsáveis" por Caiado estão o conflito entre Israel e Hamas e os ataques do Irã ao território israelense.
Em entrevista a Veja, Caiado também contesta o recuo da gestão do petista na meta fiscal de superávit para 2025. “Você não vê o governo com ações concretas, e vê o presidente perdendo a vontade de governar”, diz.
"No momento em que você muda totalmente os parâmetros para poder avaliar a economia, que você busca o novo arcabouço fiscal, que você modifica toda uma estratégia, liberando investimento, mas sem saber de onde arrecada. De repente você diz: Olha, essa meta já não vai ser ‘zero a zero’ mais. Será que vai ser só isso? Como é que ela vai caminhar? No momento em que você vê o presidente perdendo a vontade de governar. Você não vê o governo com ações concretas, ele está se esvaziando por falta de eficiência. Essa é uma realidade. Junto com isso, sem dúvida nenhuma, está a economia. Uma reforma tributária que ainda não foi sequer regulamentada. Não sabemos nem qual será a real carga tributária no país", afirmou a revista.
O governador analisou a nota do Itamaraty sobre o novos ataques do Irã e considerou uma "infelicidade do presidente Lula" por não ter condenado a ofensiva. "[...] até porque o Brasil sempre foi conhecido como um país que sempre lutou pela pacificação. [...] É algo de uma infelicidade, de uma irresponsabilidade muito grande, comparar quando o povo judeu foi massacrado com a resposta que deram em Gaza, como se aquilo fosse um holocausto. Quando estive em Israel, pedi desculpas em nome do povo brasileiro, porque nós não pensamos dessa maneira. O certo é que não se pode comparar uma guerra com a barbaridade da Segunda Guerra, que foi o Holocausto", disse.
Sobre ser apontado como um provável candidato ao Palácio do Planalto em 2026, Caiado ponderou que já comunicou ao partido, mas entende que essa não é apenas sua vontade. "Você tem que construir uma base partidária, tem que saber se você consegue avançar nas alianças e nas coligações. Tem que passar por uma convenção, e aí, sim, ir para a campanha eleitoral. Então, são várias etapas, mas a minha disposição é exatamente essa hoje", acrescentou.