Covid-19: mortalidade de pacientes com até 45 anos sobe 193%, aponta pesquisa
Número de pacientes que precisam de vaga em UTI também chegou no pior patamar
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Uma pesquisa da Associação de Medicina Intensiva Brasileira (Amib) apontou que a taxa de mortalidade de pacientes com até 45 anos que contraíram a Covid-19 aumentou 193%, quando os meses de setembro, outubro e novembro de 2020 são comparados com fevereiro e março deste ano.
A pesquisa também mostra que a mortalidade hospitalar passou de 32% no trimestre formado por setembro, outubro e novembro de 2020 para 38% em dezembro, e janeiro e fevereiro deste ano.
No caso dos pacientes que dependem de um respirador, a taxa sobe de 65,6% para 72,8% dentro do mesmo período. Na análise regional, o Norte enfrenta a pior situação do país com 62,4% de mortalidade geral e 80,1% na ventilação mecânica. O Sudeste apresenta os indicadores mais baixos: 33,2% e 70,9%, respectivamente.
“Esse é o pior momento para ficar doente. Quem adoecer agora terá dificuldades para ser atendido, pode ter o azar de precisar aguardar a disponibilidade de um leito de terapia intensiva, em um CTI operando acima da capacidade, faltando insumos e etc. Isso tudo se reflete no aumento das taxas de mortalidade de todos os lugares e todas as idades”, avalia o pesquisador Ederlon Rezende, coordenador do levantamento.
“Dados da Fiocruz apontam que o contágio nesse público cresceu de forma extraordinária, atingindo até 500%. No geral, eles respondem bem, mas há também um aumento do número de pacientes que chegam ao estágio grave, dependendo de mais oxigênio, diálise e até do uso de pulmões artificiais. Quando se falava em grupos de risco para a doença, esse grupo ficou muito confiante, acreditou que estava imune, ou que apresentaria apenas sintomas leves, mas não é o que acontece”, conclui.