Pandemia faz uso de remédios para dormir aumentar em 20%
Até junho do ano passado, foram 20,3 milhões de doses
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Preocupações desencadeadas pela pandemia de Covid-19, doença do novo coronavírus, com a saúde e a situação financeira tiraram o sono de muitos brasileiros, que passaram a se medicar com remédios que auxiliam no sono. A venda desse tipo de fármaco cresceu 20% entre janeiro e dezembro de 2020, em comparação ao mesmo período de 2019, segundo o Conselho Federal de Farmácia.
Entre abril e maio do ano passado, quando começavam as medidas mais rígidasde isolamento, a palavra "insônia" foi a mais procurada no Google. A pesquisa por "remédio para insônia" cresceu em 130%.
Conforme dados do Conselho Federal de Farmácia, somente no primeiro semestre de 2020, a comercialização de clonazepam, conhecido como Rivotril e um dos mais populares remédios para dormir, representou 64% de todo o volume vendido em 2019.
Ao todo, os brasileiros consumiram 20,3 milhões de doses entre janeiro e junho do ano passado. A quantidade registrada em todo o ano 2017 foi bem menor quando somou 28 milhões de doses.
O médico do sono e integrante da Associação Brasileira do Sono (ABS) George Pinheiro alerta que o legado da pandemia no uso desses medicamentos ainda não pode ser mensurado, mas é motivo de preocupação.
“O uso desses medicamentos sempre foi um problema no Brasil. As pessoas enxergam no medicamento a solução para todos os problemas. Mas muitos dos problemas podem ser solucionados com mudanças de hábitos. A pandemia agravou isso”, pondera.
O especialista indica que a alta no consumo dos medicamentos devem continuar até que a imunização contra a doença avance e os efeitos econômicos sejam estabilizados.