CPI do 8 de janeiro ouve major da PM suspeito de ensinar práticas militares aos extremistas
Claudio Mendes dos Santos é acusado de ministrar práticas de guerrilha aos envolvidos nos eventos
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Atos do 8 de janeiro da Câmara Legislativa do Distrito Federal ouve nesta quinta-feira (9), o depoimento do major da Polícia Militar do DF, Claudio Mendes dos Santos, suspeito de ministrar práticas de guerrilha aos envolvidos nos eventos do 8 de Janeiro.
Santos, que é policial da reserva e ex-membro do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope), tinha sua oitiva agendada para o último dia 19, mas devido a problemas de saúde, apresentou um atestado médico após ser atendido na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de São Sebastião.
O major é apontado por ter passado vários dias no acampamento localizado em frente ao quartel-general do Exército, em Brasília, onde teria proferido discursos favoráveis a uma intervenção militar no país. Além disso, dias antes da invasão e depredação das sedes dos Três Poderes, ele teria convocado a população para os protestos, solicitando a colaboração de policiais para a ação.
Claudio Mendes dos Santos foi detido em março, durante a nona fase da Operação Lesa Pátria. Ele foi mencionado em depoimento de Alan Diego dos Santos, condenado por planejar um atentado a bomba no aeroporto internacional de Brasília na véspera do Natal de 2022. Segundo Alan Diego, embora não tenha testemunhado o major ministrando técnicas militares, todos o reconheciam como um "orientador".
Este depoimento marca a fase final das audiências da CPI, antes da conclusão dos trabalhos. Na próxima quinta-feira (16), está agendada a oitiva do coronel Reginaldo Leitão, membro de um grupo de mensagens que trocava informações sobre o 8 de Janeiro. Leitão, que inicialmente teria prestado depoimento em 26 de outubro, teve a data remarcada após apresentar atestado médico aos deputados distritais. A data limite para o encerramento das atividades da CPI é 5 de dezembro, no entanto, o presidente do colegiado, Chico Vigilante (PT), pretende votar o relatório final antes do prazo estabelecido.