CPMI aprova convocação do "hacker da Vaza Jato"
Além de Walter Delgatti Neto, outras pessoas foram chamadas
Foto: CNN/Reprodução
A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de Janeiro aprovou, durante a sessão desta quinta-feira (3), novas convocações relacionadas ao caso da Vaza Jato. Entre os chamados para prestar depoimento, está Walter Delgatti Neto, o conhecido "hacker da Vaza Jato", que invadiu os celulares de quase 200 autoridades, incluindo ex-presidentes e membros do Supremo Tribunal Federal.
A prisão de Walter Delgatti Neto foi realizada pela Polícia Federal (PF) na manhã de quarta-feira (2), em uma operação que também cumpriu mandados de busca e apreensão em endereços vinculados à deputada federal Carla Zambelli (PL-SP). Além disso, a CPMI aprovou a convocação de Adriano Machado, fotógrafo da agência de notícias Reuters, que teve acesso ao Palácio do Planalto durante os ataques aos Três Poderes.
O requerimento para convocação do fotógrafo foi reiterado por deputados e senadores da oposição desde o início das sessões da CPMI, que começaram em maio.
A relatora da comissão, senadora Eliziane Gama (PSD-MA), teve seu requerimento aprovado, solicitando o envio de relatórios da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) produzidos entre 1º de outubro de 2022 e 1º de janeiro de 2023.
"Hacker da Vaza Jato"
Walter Delgatti Neto ganhou notoriedade como o hacker responsável por invadir celulares de quase 200 autoridades, incluindo o ex-presidente Jair Bolsonaro, o deputado federal Eduardo Bolsonaro e o vereador carioca Carlos Bolsonaro. Em entrevista à CNN, Delgatti afirmou ter acessado a conta do Telegram do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.
De acordo com as investigações da PF, entre setembro e dezembro de 2022, Delgatti invadiu os sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) supostamente a pedido de Carla Zambelli, com o objetivo de expor vulnerabilidades do Judiciário e desacreditar o sistema das urnas eletrônicas gerenciado pelo TSE.
Em setembro do mesmo ano, o hacker encontrou-se com Carla Zambelli em um posto de gasolina em São Paulo. Em fevereiro de 2023, em entrevista ao Brazilian Report, Delgatti revelou que foi procurado para invadir o celular do ministro Alexandre de Moraes e que também foi contratado pela deputada para cuidar de seu site.
Em 2 de agosto, Delgatti foi preso durante a operação que investiga as invasões aos sistemas do Poder Judiciário, tendo admitido o acesso aos sistemas do CNJ e do Banco Nacional de Mandados de Prisão (BNMP), além de ter inserido um falso mandado de prisão contra o ministro Alexandre de Moraes.
Outros nomes convocados pela CPMI:
Além de Walter Delgatti Neto, foram convocados para prestar depoimento: Cíntia Queiroz, coronel da Polícia Militar do Distrito Federal (PM-DF); Marcela da Silva Morais Pinno, cabo da Polícia Militar do Distrito Federal (PM-DF); Luis Marcos dos Reis, ex-ajudante de ordens de Mauro Cid.