Economia

Crise econômica na argentina já afeta setores da economia brasileira

Perspectiva é de que situação se agrave ainda mais nos próximos meses

Por Da Redação
Ás

Crise econômica na argentina já afeta setores da economia brasileira

Foto: Reprodução/Internet

Com a piora na crise econômica na Argentina, setores da economia brasileira que mantêm relações comerciais com o país vizinho começam a sentir os efeitos negativos. Associações representativas ligadas à produção de manufaturados têm registrado quedas nas exportações ao longo deste ano e expressam preocupações quanto à possível deterioração das remessas nos próximos meses.

Além disso, a especulação em torno das medidas governamentais destinadas a conter a saída de reservas em dólar gera apreensões quanto às relações comerciais entre Argentina e Brasil, conforme avaliado por especialistas em comércio internacional.

A vitória de Javier Milei, candidato de tendência extrema direita, nas prévias das eleições presidenciais programadas para outubro, desencadeou a decisão do banco central argentino de elevar a taxa de juros básica em 21 pontos percentuais, alcançando 118% ao ano, além de promover um aumento de 22% no valor oficial do dólar, fixando-o em 350 pesos.

A possibilidade de anúncio de medidas restritivas visando evitar a saída de dólares da Argentina poderá acirrar ainda mais as complexidades nas transações comerciais entre Brasil e Argentina, de acordo com as projeções de Lia Valls Pereira, pesquisadora do FGV IBRE com expertise em comércio exterior.

A economista destaca que a Argentina figura como o terceiro parceiro comercial mais significativo do Brasil, perdendo apenas para a China e os Estados Unidos. O país vizinho importa diversos bens manufaturados.

Na análise de Lia Valls Pereira, o agravamento da crise argentina provavelmente resultará em reduções das exportações, impactando, por exemplo, a demanda doméstica brasileira por automóveis, que já não se encontrava em patamares tão elevados. "Setores como esse tendem a enfrentar desafios mais severos. Ademais, caso a disponibilidade de soja na Argentina retorne à normalidade, levando a importações mais restritas, a contribuição argentina para o saldo comercial positivo do Brasil poderá encolher", afirma.

E a perpesctiva não é das melhores para os próximos meses. Em um relatório elaborado por Sergio Armella, o banco Goldman Sachs adverte que investidores locais e internacionais devem minuciosamente analisar os possíveis desdobramentos resultantes dos resultados das eleições primárias.

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