Crise financeira na ONU coloca pagamento de salários em risco, alerta Secretário-Geral

A cúpula da Organização das Nações Unidas (ONU) emitiu um comunicado interno alertando sobre a deterioração da situação financeira da instituição, destacando a incerteza em relação ao pagamento de salários e compromissos assumidos. O secretário-geral da ONU, António Guterres, enviou uma carta aos diretores dos principais departamentos da entidade, ressaltando que cortes profundos serão necessários diante da falta de recursos.

Segundo Guterres, se nada mudar, os cofres da ONU estarão vazios até agosto. O orçamento da organização é financiado pelos governos, com contribuições obrigatórias determinadas com base no peso econômico de cada país. A falta de repasses por parte de alguns governos em 2023 e 2024 é apontada como a principal causa da crise atual, conforme destacado na carta datada de 25 de janeiro de 2024.

Essa crise financeira ocorre em um momento delicado para a ONU, marcado pela incapacidade de responder a conflitos como a guerra na Ucrânia e os ataques em Gaza. Além disso, resoluções do Conselho de Segurança têm sido ignoradas, e tensões surgiram entre o governo de Israel e a liderança de Guterres.

Para os diplomatas, essa fragilização da ONU é particularmente preocupante em um contexto geopolítico tenso, ampliando as incertezas internacionais e minando a perspectiva de diálogo para a resolução de conflitos.

Os diretores da instituição ressaltam que não há escassez de recursos no mundo, destacando que os gastos globais com armas e subsídios para a indústria fóssil superam significativamente as necessidades financeiras da ONU. Mesmo para programas de assistência que visam socorrer 250 milhões de pessoas globalmente, a operação requer apenas uma fração dos recursos destinados a outros setores, totalizando US$ 40 bilhões.