Dallagnol presta depoimento à Polícia Federal sobre acusações contra ministros do TSE
Oitiva investiga declarações de Dallagnol sobre suposta troca de favores envolvendo cassação de mandato
Foto: Lula Marques/Agência Brasil
O deputado federal cassado Deltan Dallagnol (Podemos-PR) compareceu à Polícia Federal nesta segunda-feira (5), para prestar depoimento, que durou aproximadamente uma hora e meia. A oitiva teve início por volta das 11h, e o parlamentar respondeu a todas as perguntas realizadas.
O inquérito em questão investiga declarações feitas por Deltan em entrevistas, nas quais ele acusou ministros do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) de terem cassado seu mandato em troca de uma vaga no Supremo Tribunal Federal (STF).
Por meio de uma nota, os advogados de Deltan afirmaram que solicitarão o acesso integral às investigações "em nome da transparência e do interesse público". O processo está sendo conduzido em sigilo pelo ministro Alexandre de Moraes. Segundo os advogados, não há justificativa para o sigilo, uma vez que as declarações de Deltan foram feitas publicamente.
Na semana anterior, o deputado cassado foi intimado a depor, porém a intimação não esclarecia o motivo da oitiva. A investigação se baseia nas declarações de Deltan concedidas à Folha de S. Paulo, nas quais ele acusou o ministro Benedito Gonçalves de defender sua cassação em troca de uma vaga no STF. No programa "Roda Viva", Deltan repetiu a fala.
Dallagnol afirmou que o TSE "criou uma inelegibilidade". Na última sexta-feira, ele recorreu ao Supremo para tentar anular a decisão da Corte Eleitoral. O deputado cassado destacou que um ministro chega ao STF não apenas por indicação do presidente, mas também pelo apoio de diversos partidos e figuras importantes do cenário político. "Essas pessoas querem vingança, o sistema quer vingança", afirmou Dallagnol.