DataSenado: Temor de violência nas escolas atinge 90% dos brasileiros
Pesquisa, realizada por telefone, ouviu 2.068 pessoas
Foto: Agência Senado
Dados do Instituto DataSenado, divulgados pela Comissão de Educação (CE) nesta terça-feira (4), mostram que 90% dos brasileiros temem que seus filhos ou pessoas próximas sofram algum tipo de violência no ambiente escolar. Além disso, 76% expressam preocupação com casos de violência nas ruas das cidades brasileiras, e 32% afirmam ter recebido vídeos ou mensagens com ameaças de violência nas escolas nos últimos meses.
O levantamento, realizado por telefone, ouviu 2.068 pessoas de todas as regiões, classes sociais e faixas etárias, seguindo a metodologia do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). As consultas foram realizadas nos dias 9 e 10 de maio, a pedido do presidente da CE, senador Flávio Arns (PSB-PR).
Durante a sessão de divulgação dos dados, a senadora Damares Alves (Republicanos-DF) classificou os dados como "assustadores" e pediu o envio da íntegra da pesquisa a cada integrante da CE e ao grupo de trabalho do Ministério da Educação responsável pelo Plano Nacional de Educação (PNE) 2024-2034.
“As pessoas hoje temem mais a violência no ambiente escolar que nas ruas. Como uma mãe consegue ter tranquilidade para trabalhar, se sente pavor ao deixar seus filhos na escola? Ou seja, a violência escolar está impactando toda a família”, afirmou.
Entre os entrevistados, 11% relataram terem sofrido violência escolar ou souberam de casos de pessoas próximas nos últimos 12 meses. Com base nas estatísticas, o instituto estima que cerca de 6,7 milhões de brasileiros foram diretamente afetados pela violência nas escolas.
A pesquisa também revela que 22% dos entrevistados já foram vítimas de violência no ambiente escolar em algum momento da vida. Além disso, 36% relataram ter sofrido bullying nas escolas, revelando uma parcela significativa da população que ainda não relaciona o ato de agressão ou intimidação com violência. Esse dado é considerado "algo contraditório" pela chefe de Pesquisa do DataSenado, Isabela Campos, que também participou da audiência.