Defesa de Bolsonaro pede adiamento de depoimento sobre suposta tentativa de golpe

A defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro pediu que seu depoimento à Polícia Federal (PF) na investigação que apura a suposta tentativa de golpe de Estado promovida por membros do governo e militares seja adiado.

Bolsonaro foi intimado a depor na próxima quinta-feira (22). Além dele, o presidente do Partido Liberal (PL), Valdemar Costa Neto, o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Augusto Heleno, e o ex-ministro da Casa Civil, Walter Braga Netto, também foram intimados. Todos devem ser ouvidos até sexta (23).

Em documento enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF), a defesa do ex-presidente afirma que ele "opta por não prestar depoimento ou fornecer declarações adicionais até que seja garantido o acesso à integralidade das mídias dos aparelhos celulares apreendidos, sem abrir mão, por óbvio, de ser ouvido em momento posterior e oportuno."

Segundo os advogados de Bolsonaro, a decisão que autorizou a operação sobre o tema há duas semanas "contém excertos de supostas conversas presentes nos celulares apreendidos ao longo de todo este procedimento investigatório, mídias as quais a Defesa não teve acesso até hoje."

Os defensores do ex-presidente ressaltaram que ele tem interesse em cooperar com a investigação, mas que, neste momento, buscam preservar o direito à ampla defesa. Os advogados também reforçaram a solicitação de acesso à delação premiada firmada pelo ex-ajudante de ordens da Presidência, Mauro Cid.