Déficit no INSS atinge quase R$ 200 bi em seis meses, em meio a corte de gastos
Valor equivale a um aumento de 20% em relação ao mesmo período de 2023
Foto: Reprodução/RafaNeddermeyer/AgênciaBrasil
O déficit da Previdência atingiu R$198,2 bilhões nos primeiros seis meses de 2024, em meio à expectativa de redução de gastos do governo federal. O valor equivale a um aumento de 20% em relação ao mesmo período de 2023, e se refere ao Regime Geral de Previdência Social (RGPS), sistema voltado para os trabalhadores do setor privado.
A despesa foi maior do que o aumento de 8% da arrecadação no período, que chegou a R$299,8 bilhões, apontando um crescimento de 13% (R$498,1 bilhões). Com isso, o resultado negativo das contas do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) já é maior que o registrado no ano anterior, conforme os dados do Boletim Estatístico da Previdência Social, (BEPS).
O INSS tem feito um ‘pente fino’ para revisar 1,7 milhão de benefícios entre o Benefício de Prestação Continuada (BPC) desde agosto, deste ano. Entre o BPC e o benefício por incapacidade temporária (antigo auxílio-doença), na tentativa de estancar os custos.
Mensalmente, o INSS paga 40.431.862 benefícios previdenciários e assistenciais. Desse total, 6.244.106 são benefícios assistenciais, e 34.187.756 previdenciários. O levantamento feito em setembro apontou que o número de benefícios que pagam até um salário mínimo é de 28.145.531. Aqueles que ganham acima do piso nacional somam 12.286.331 benefícios.
O governo tem sido pressionado para definir um pacote de revisão de gastos, para garantir a longevidade do arcabouço fiscal. Essa “fila” da Previdência Social e o BPC (Benefícios de Prestação Continuada) são as principais despesas obrigatórias.