Delator diz à PF que Ciro Nogueira teria recebido dinheiro em espécie do PCC; senador nega e pede apuração imediata
Parlamentar é citado em depoimento à PF sobre entrega de sacola com o dinheiro, mas afirma que acusações são falsas

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
O presidente nacional do PP, senador Ciro Nogueira, teria recebido uma sacola de papelão com dinheiro em espécie enviada por líderes ligados ao Primeiro Comando da Capital (PCC). A informação foi dada por Mohamad Hussein Mourad, conhecido como “Primo”, e Roberto Augusto Leme da Silva, o “Beto Louco”, à Polícia Federal. O senador nega.
Beto Louco é um dos líderes de um esquema criminoso que envolve a gestão de fundos de investimento na Faria Lima e fraudes bilionárias no setor de combustíveis.
Ainda em depoimento à PF, o próprio investigado teria confirmado ter entregue uma sacola com dinheiro ao senador, dentro do gabinete dele no Senado, no ano passado.
O ex-ministro da Casa Civil no governo de Jair Bolsonaro negou vínculo com o PCC e solicitou apuração imediata pela Polícia Federal. A manifestação foi feita por meio de ofício protocolado e endereçado ao ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski.
Nogueira ainda declarou que “essas pessoas jamais estiveram em meu gabinete” e que “por jamais ter tido proximidade de qualquer espécie, e portanto nunca poderia ter advogado em benefício delas (…) é absolutamente mentirosa” a possibilidade de favorecimento financeiro.
No documento, o senador também solicitou que a PF verifique os registros de acesso ao seu gabinete no Congresso e em locais associados aos investigados.
“Solicito à Polícia Federal que solicite os registros de entrada em meu gabinete no ano citado ou em qualquer ano, e que requeira as imagens e os registros de entrada na sede ou nos escritórios dessas pessoas”, escreveu. Ele acrescentou: “Coloco, por meio deste, TODOS os meus sigilos à disposição”.
“Quero crer que o importante combate e repressão às organizações criminosas não serão usados como instrumento de perseguição política, por meio da proliferação de informações falsas e absolutamente mentirosas", concluiu.