Delegado delatado por empresário morto em aeroporto e outros três policiais são presos suspeitos de atuar para o PCC
Ação reúne dados de diversas investigações sobre a facção; esquema movimentou mais de R$ 100 milhões desde 2018
Foto: Reprodução/TV Globo
O delegado Fabio Baena e três policiais civis foram presos em São Paulo, na manhã desta terça-feira (17), suspeitos de atuar para o Primeiro Comando da Capital (PCC).
A operação realizada pela Polícia Federal (PF) é resultado do cruzamento de diversas investigações sobre o PCC, inclusive o assassinato do delator Vinícius Gritzbach, em 8 de novembro, no Aeroporto de Guarulhos. Fabio Baena foi acusado de extorsão por Gritzbach na delação premiada.
Os policiais presos foram identificados como Eduardo Monteiro e Marcelo Ruggeri, mais conhecido como Marcelo "Bombom". Outras duas pessoas também foram presas, e duas são procuradas, incluindo o policial civil Rogério de Almeida Felício. Segundo o portal G1, ele trabalha como segurança do cantor Gusttavo Lima.
Conforme a PF, o esquema envolvia manipulação e vazamento de investigações policiais, venda de proteção a criminosos e corrupção para beneficiar um esquema de lavagem de dinheiro do PCC. Com o apoio da organização criminosa, a facção movimentou mais de R$ 100 milhões desde 2018.
Mandados de busca e apreensão são cumpridos em endereços ligados aos investigados, além de medidas como o bloqueio de contas bancárias e o sequestro de bens.
Os investigados, de acordo com suas condutas, vão responder pelos crimes organização criminosa, corrupção ativa e passiva e ocultação de capitais. As penas somadas podem alcançar 30 anos de reclusão.
O advogado Daniel Bialski, que faz a defesa de Baena e de Monteiro, disse que a prisão dos clientes é abusiva e só vai se pronunciar após ter acesso à decisão judicial que determinou a prisão. As demais defesas também não se posicionaram publicamente sobre o assunto.
A operação foi batizada de Tacitus, termo que vem do latim que significa silencioso ou não dito, em alusão à forma de atuar da organização criminosa. 130 policiais federais e promotores, com apoio da Corregedoria, participam da operação.
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