Denunciado por falas racistas em podcast, Gayer diz pessoas tiveram 'interpretação desonesta'
Segundo ele, africanos não têm 'capacidade cognitiva' para ter democracia
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O deputado federal Gustavo Gayer (PL) negou ter feito declarações racistas e acrescentou que em "momento algum" se referiu a "raça, cor da pele ou etnia]" na entrevista que deu a um podcast. Em sua defesa, o parlamentar disse que comentava sobre ditaduras e a inteligência nos países, quando o apresentador Rodrigo Barbosa "lembrou que na África a média de QI é 72, falei do QI no Japão e no Brasil está caindo", explicou.
O político foi denunciado por deputadas do PSOL, que acionaram o Supremo Tribunal Federal (STF) e a Procuradoria-Geral da República (PGR) para tomarem as devidas medidas sobre o caso.
Gayer argumentou que "outro fator é a subnutrição" na África e, então o apresentador falou "que tem um macaco que foi pesquisado, que sabe linguagem dos sinais. Em nenhum momento foi feita a comparação com o macaco ou QI do povo da África. Essa parte a imprensa está falando repetidamente: que houve comparação entre macacos e negros".
No podcast, o deputado disse que os africanos não têm "capacidade cognitiva" para ter democracia e fez uma comparação com a eleição de Lula (PT). "A democracia não prospera na África, porque, para você ter uma democracia, tem que ter um mínimo de capacidade cognitiva de entender entre o bom e o ruim, o certo e o errado [...]. O Brasil está desse jeito, o Lula chegou na presidência e o povo burro: 'picanha, cerveja'".
"Para a pessoa ter essa interpretação, ela é extremamente desonesta, e viu a oportunidade de derrubar o opositor político [...] O que eu falei não teve absolutamente nada a ver com raça", reiterou.