Descolamento entre Selic e IPCA - taxa de juros brasileira não responde à queda da inflação
Pesquisa aponta fatores que explicam a decisão do Banco Central de manter a Selic alta
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O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), está em queda desde abril do ano passado, quando atingiu seu maior nível em 19 anos e chegou a 12,13% no acumulado em 12 meses. No entanto, o Banco Central do Brasil, responsável pela definição da taxa de juros Selic, tem mantido essa taxa constante, apesar da queda da inflação medida pelo índice oficial de preços do país.
Esta é a primeira vez em que as duas variáveis não caminham juntas desde a adoção do regime de metas de inflação em 1999.
A queda na inflação foi impulsionada por desonerações fiscais realizadas pelo governo em meados de 2021, que reduziram os impostos federais e estaduais sobre combustíveis, energia e comunicações, entre outros produtos.
A queda no IPCA ocorreu rapidamente e a inflação agora está abaixo da meta do Banco Central, mas a taxa de juros não foi reduzida. Economistas apontam que a rigidez da inflação, que é global e veio de um patamar muito elevado, juntamente com as desonerações fiscais e a meta de inflação mais baixa, que deverá ser alcançada em 2024, são os principais motivos para a manutenção da Selic em níveis mais altos.
O Banco Central tem como função principal controlar a inflação do país e mantê-la dentro da meta estipulada pelo governo.