‘Descriminalização do aborto é autonomia do corpo da mulher’, diz Laina Crisóstomo
Fala da vereadora é resposta a Átila do Congo; vereador disse que mulheres ‘vão querer ter relações sexuais desenfreadamente’
Foto: Câmara dos Vereadores
A vereadora Laina Crisóstomo (PSOL) afirmou, nesta terça-feira (26), que a descriminalização do aborto garantiria “autonomia do corpo da mulher e das pessoas que gestam”. A declaração acontece após o vereador Átila do Congo (Patriota) afirmar que, se a descriminalização for aprovada, as mulheres "vão querer ter relações sexuais desenfreadamente".
A discussão entre os vereadores ocorreu depois que Laina Crisóstomo elogiou a presidente do Supremo Tribunal Federal, Rosa Weber, por voto positivo no julgamento sobre a descriminalização do aborto até 12 semanas de gestação.
“O debate da gente sobre descriminalização é sobre a autonomia do corpo da mulher e das pessoas que gestam, porque a gente sabe exatamente a quem afeta não ter o direito de escolher uma gravidez. É óbvio que a gente tem vários métodos contraceptivos, mas a garantia e a possibilidade do aborto descriminalizado também garante que as mulheres não morram em razão dessa escolha”, pontuou a vereadora durante sessão deste terça.
Segundo Crisóstomo, uma mulher só pode dar à luz uma vez no ano, enquanto o homem pode engravidar diversas mulheres em um período de 12 meses. “Quantas gravidez um homem pode fazer? Por que que o debate não é sobre naturalizar a vasectomia? Mas existe uma naturalização de castração dos corpos femininos e das pessoas que têm útero, de entupir a mulher de hormônio para garantir que o homem tenha liberdade, mas os homens seguem engravidando de forma irresponsável”, completou.
Já Átila do Congo se posicionou contra a medida. “As crianças são geradas através do sexo. Uma coisa é uma mulher ser estuprada, ou uma criança, outra coisa é transar indiscriminadamente, quase todo ano. Ou dizer não cansei aqui, quero abortar", opinou o político.