Desigualdade na medicina: mulheres ganham 22,6% a menos que homens no Brasil, aponta estudo
Segundo a pesquisa, os homens recebem, em média, R$ 22.669,86, enquanto as mulheres recebem R$ 17.535,32

Foto: Reprodução/FreePik
Uma pesquisa divulgada pelo instituto de formação médica Afya na última sexta-feira (7) revelou uma discrepância entre o salário dos médicos no Brasil. Segundo o estudo, o salário das médicas mulheres é 22,6% menor que o dos homens.
De acordo com a pesquisa, os homens recebem, em média, R$ 22.669,86, enquanto as mulheres recebem R$ 17.535,32. A diferença é de R$ 5.134,54, o equivalente a mais de três salários mínimos.
“As mulheres já são maioria na medicina, mas ainda enfrentam barreiras que limitam seu avanço em especialidades de alta complexidade, remuneração e cargos de liderança”, afirmou Stella Brant, vice-presidente de Marketing e Sustentabilidade da Afya, durante o lançamento da pesquisa.
A pesquisa ainda constatou que os médicos homens trabalham, em média, mais horas do que suas colegas: 54,3 horas contra 47,4 horas semanais. Ainda assim, a diferença de horas trabalhadas não justifica a diferença salarial, visto que o valor da hora semanal de trabalho para os homens é R$ 417, enquanto para as mulheres é de R$ 370, uma diferença de 11,4%.
Segundo a pesquisa, que entrevistou 2.637 profissionais entre novembro de 2024 e janeiro de 2025, a desigualdade salarial é presente em todas as categorias analisadas, com diferenças que variam de 8,1% a 24,9%. Em nenhum desses casos, o salário das funcionárias mulheres é superior ao dos homens.
Em relação à desigualdade nas regiões do país, a menor diferença foi registrada no Sul, com 15,4%. Já a maior foi identificada na região Sudeste, com 24,9%.
A pesquisa também ressaltou o impacto da maternidade na carreira das médicas. Mulheres com filhos trabalham por 46,7 horas semanais, enquanto homens na mesma situação trabalham 55,2 horas. A jornada de trabalho cresce entre mulheres divorciadas, indo para 50,7 horas.