‘Difícil e perigoso’, disse indigenista morto sobre ir à floresta
Bruno concedeu entrevista a jornal semanas antes de desaparecer
Foto: Reprodução/Redes Sociais
O indigenista Bruno Pereira, que foi assassinado após desaparecer na região do Vale do Javari, no Amazonas, disse semanas antes ao jornal Folha de S. Paulo que ir ao local era “difícil”, “cansativo” e “perigoso”. A entrevista foi feita em 22 de abril, quando é celebrado o Dia do Descobrimento do Brasil.
Funcionário licenciado da Fundação Nacional do Índio (Funai), ele foi procurado pela Folha para falar sobre os riscos que correm hoje os índios isolados. “O presidente [Jair Bolsonaro] não demarcou um centímetro como ele prometeu. O presidente da Funai, o [Marcelo] Xavier, está lá para isso. É a administração do caos. Não sei não [suspiro]. Difícil, cansativo, perigoso. Vamos simbora”, disse Bruno ao jornal.
Caso
Bruno e o jornalista britânico Dom Phillips foram vistos pela última vez em 5 de junho. Na última quarta-feira (15), a Polícia Federal (PF) encontrou restos mortais que acredita ser da dupla. Na sexta (17), a polícia confirmou ter identificado dentes de Dom e declarou que vai continuar o trabalho para a “completa identificação” do material.
Dom e Bruno estavam juntos quando desapareceram no Vale do Javari, região próxima à fronteira com o Peru. Duas pessoas já foram presas: os irmãos Oseney da Costa de Oliveira, o “Dos Santos” e Amarildo Oliveira da Costa, o “Pelado”.