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Dimas Covas rebate Pazuello e diz que fala de Bolsonaro levou à interrupção de compra de vacina contra Covid-19

A intenção de compra foi informada em 19 de outubro, mas suspensa a partir do dia seguinte

Por Da Redação
Ás

Dimas Covas rebate Pazuello e diz que fala de Bolsonaro levou à interrupção de compra de vacina contra Covid-19

Foto: Agência Senado

O diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas, contradiz o ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello e afirma que as declarações antivacina do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) prejudicaram as negociações para adquirir a vacina CoronaVac contra a Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus. O general anunciou a intenção de compra em 19 de outubro, o que não se concretizou. 

O médico disse ainda que não recebeu ofício informando o cancelamento das negociações após as falas de Bolsonaro, mas avaliou que, mesmo assim, houve prejuízo para a entrega de vacinas. Ele desmente também a versão de Pazuello em relação ao posicionamento de Bolsonaro contra a compra da CoronaVac só ser "fala de internet" e que o presidente não interferiu na compra de imunizantes.

“Após o dia 20 de outubro, isso foi absolutamente interrompido. De fato, nunca recebi um ofício dizendo que a intenção de compra feita no dia 19 [de outubro] não era mais válida, mas na prática não houve consequência. A consequência foi no dia 7 de janeiro, e mesmo assim em detrimento de outras iniciativas que não deram certo”, disse.

“Houve a tentativa de trazer vacina da Índia, que não foi bem sucedida. Houve a dificuldade da própria AstraZeneca (que produz vacina em parceria com a Fiocruz). Naquele momento, a única vacina disponível era a do Butantan”, afirma Dimas.

“Óbvio que isso causa uma frustração da nossa parte. Voltamos ao Butantan e continuamos o projeto. Mas aí já com algumas dificuldades. A inexistência de um contrato com o ministério, que é nosso único cliente, colocava uma incerteza em termos de financiamento. E já tínhamos contratado com a Sinovac uma parte importante do projeto”, completa. 

Na ocasião, Pazuello havia declarado que “um manda e outro obedece”. Já na CPI, o general blindou Bolsonaro e negou que o presidente tenha interferido na compra: “Nós não havíamos comprado ainda nem uma dose da vacina do Butantan, porque não podíamos comprar. Havia uma intenção de compra. Então, o presidente não poderia mandar cancelar a compra, porque eu não tinha feito a compra ainda. Então, eu não cancelei a intenção de compra em momento algum. E o que o Presidente falou na rede social, volto a colocar: ele não repetiu isso para mim oficialmente nem pessoalmente. Eu não segui, eu não sigo, não seguiria e acho que ninguém deve seguir uma ordem emanada por uma rede social”.

Relator da CPI, Renan Calheiros (MDB-AL) afirmou que Bolsonaro fez 14 declarações contra a CoronaVac e questionou se o Butantan observou alguma resistência das pessoas à vacina em razão disso.

O diretor do Butantan afirmou que, em dezembro, havia 5,5 milhões de doses prontas e outras 4 milhões em processamento, mas ainda sem contrato com o ministério. A vacinação, porém, não poderia começar naquele momento, porque a aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) só viria em 17 de janeiro. “Não houve mais progressos nessas tratativas até janeiro, disse Dimas”
 

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